São Paulo, sábado, 12 de dezembro de 2009

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entrevista

Psicóloga apoia novo perfil de uso da internet

DA REPORTAGEM LOCAL

A internet agora aproxima as pessoas, afirma a psicóloga Luciana Ruffo, sobre o novo perfil de utilização da tecnologia. Segundo o IBGE, a comunicação passou a educação no uso da rede. Integrante do Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática da PUC-SP, Ruffo vê a mudança como positiva. (FÁBIO TAKAHASHI)

 

FOLHA - Como a sra. avalia a mudança no uso da internet?
LUCIANA RUFFO -
É um resultado esperado. Hoje mais pessoas têm banda larga, é mais fácil ficar online, conversando. Há uns dois anos, as pessoas não acessavam a internet com tanta frequência.

FOLHA - E por que caiu o uso da internet para educação?
RUFFO -
Depende de como se faz a pergunta na pesquisa. A comunicação hoje é mais forte, não que as pessoas tenham deixado de pesquisar na internet. Por exemplo: quase toda a pesquisa da escola é feita na internet, não em livros. Há algum tempo, a internet era vista apenas como fonte de saber. O enfoque hoje passou mais ao lazer do que ao estudo.

FOLHA - Isso é positivo?
RUFFO -
Sim. A internet não deixa de ser uma ferramenta de pesquisa e incorpora outras coisas. As pessoas mais comuns estão descobrindo agora as graças que a internet tem. É uma forma de entretenimento, com participação do usuário. Diferente da televisão em que o expectador é passivo. Você se sente mais próximo das pessoas. Hoje as cidades cresceram muito, a vida é cada vez mais corrida. A internet facilita a conversa com os amigos.

FOLHA - A internet é um bom meio de se educar?
RUFFO -
Sim, só precisa ter cuidado onde pesquisar. Há remédio caseiro para tudo na rede, não necessariamente eles funcionam.

FOLHA - Pesquisas apontam que a presença da internet na escola diminui o desempenho dos alunos. A sra. concorda?
RUFFO -
Tudo que é novidade desperta interesse grande e tira a atenção de outras atividades, principalmente de crianças e adolescentes. Se você deixar o jovem no MSN durante a aula, acabou a aula. Com o tempo, a tendência é diminuir a dispersão. A novidade passa e você passa a acessar de forma mais moderada e racional.
E precisa analisar que tipo de acesso é liberado. Para pesquisa, ok. Liberar totalmente, talvez só para faculdade, e olhe lá.


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