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Vizinha à obra interditada no Rio, igreja de 200 anos acabou de sofrer restauração
CAIO BARRETTO BRISO
DA SUCURSAL DO RIO
O que era uma fissura ao
lado do confessionário, há
quatro meses, tornou-se
uma extensa rachadura que
chegou ao altar, desceu ao
porão e subiu ao segundo andar da bicentenária Igreja
Santo Antônio dos Pobres,
no centro do Rio.
Vizinha a um prédio em
construção de 33 andares da
WTorre, a igreja está no
quarteirão em que a Defesa
Civil Municipal interditou
mais de 20 imóveis anteontem, após um prédio de 12
andares sofrer uma inclinação de cinco centímetros.
"O problema começou logo após o início da obra. Não
temos dúvida de que a construtora é a responsável e esperamos que ela pague pelo
prejuízo", disse o pároco
Sérgio Ferreira, responsável
pela igreja -fundada há 202
anos, demolida em 1940 e reconstruída em 1949.
Além das rachaduras no
chão e nas paredes, surgiram
fendas e um buraco em uma
das duas colunas do altar.
Cobertas por ouro velho, as
colunas, e parte das paredes,
foram restauradas há três
meses por R$ 100 mil, diz José Queiroga, da Irmandade
Santo Antônio dos Pobres.
Segundo Queiroga, Dom
João 6º ia às missas ali durante o período em que viveu
no Brasil. Nos anos 50, Juscelino Kubitschek batizou
uma sobrinha lá.
O compositor e ator Mário
Lago era assíduo. O sambista
Zé Kéti também. "Todos eles
vinham aqui. A igreja chegou
a realizar mais de cinco casamentos por fim de semana
nos anos 50. Hoje, são dez
por ano", diz Queiroga.
A WTorre diz que a construção do prédio não vai parar. A empresa espera a conclusão de laudo da Defesa Civil para se manifestar. Ontem, operários da WTorre
ergueram uma estrutura para sustentar o teto da paróquia e evitar desabamento.
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