São Paulo, sábado, 12 de dezembro de 2009

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Rio tenta de novo se tornar patrimônio da humanidade

Pela segunda vez, candidatura da cidade, que ressaltará beleza natural e sua influência, será levada à Unesco, braço da ONU

Na proposta apresentada, sítio a ser protegido inclui a floresta da Tijuca, a baía de Guanabara, o aterro do Flamengo e Copacabana

DA SUCURSAL DO RIO

O Rio tenta, pela segunda vez, entrar na lista de Patrimônio da Humanidade da Unesco, braço cultural da ONU (Organização das Nações Unidas). Uma categoria está sendo reformulada com base no dossiê da cidade para que uma grande área da capital, e não apenas pequenos trechos, seja considerada um bem universal.
A candidatura ressaltará a beleza natural e como ela influenciou a cultura local e seu desenho arquitetônico. O sítio a ser protegido inclui a floresta da Tijuca, a baía de Guanabara, o forte Santa Cruz da Barra (Niterói), a praia de Copacabana e o aterro do Flamengo -os dois últimos com o ambiente determinado pelo paisagista Burle Marx, um dos principais símbolos da influência da natureza no desenvolvimento da cidade.
"A posição europeia era dominar a natureza, numa lógica de ocupação. A linha curva e a organicidade entram na cultura internacional com o jardim de Burle Marx", diz o presidente do Iphan (órgão federal de preservação do patrimônio), Luiz Fernando de Almeida.
Toda área a ser analisada pela Unesco e 85% da zona de amortecimento (importante para preservar a paisagem) já são protegidas por leis. Mas para a autora do dossiê de candidatura, Cristina Lodi, o "carimbo" da Unesco é importante para preservar o conjunto da área.
"Não estamos mais falando do valor de um edifício, de proteção das florestas. Estamos falando de paisagem cultural, que faz com que a gente pense as relações entre o ambiente natural e as ações do homem." Com a entrada na lista, qualquer intervenção terá de se orientar pela preservação da paisagem.
É a segunda vez que o Rio busca a chancela da Unesco. Em 2003, o órgão rejeitou o primeiro pedido por inadequação da proposta. A candidatura havia pleiteado ser Patrimônio da Humanidade como sítio misto (cultural e natural).
Desta vez, o Rio pretende candidatar-se na categoria paisagem cultural. Atualmente, este grupo aceita apenas zonas rurais. Mas especialistas convocados pela ONU discutiram esta semana no Rio a inclusão de área urbanas em que a natureza influenciou fortemente o desenvolvimento de uma cultura única. Os dossiês de candidatura do Rio e de Sevilha foram usados como parâmetro.
(ITALO NOGUEIRA)


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