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Rio tenta de novo se tornar patrimônio da humanidade
Pela segunda vez, candidatura da cidade, que ressaltará beleza natural e sua influência, será levada à Unesco, braço da ONU
Na proposta apresentada, sítio a ser protegido inclui a floresta da Tijuca, a baía de Guanabara, o aterro do Flamengo e Copacabana
DA SUCURSAL DO RIO
O Rio tenta, pela segunda
vez, entrar na lista de Patrimônio da Humanidade da Unesco,
braço cultural da ONU (Organização das Nações Unidas).
Uma categoria está sendo reformulada com base no dossiê
da cidade para que uma grande
área da capital, e não apenas
pequenos trechos, seja considerada um bem universal.
A candidatura ressaltará a
beleza natural e como ela influenciou a cultura local e seu
desenho arquitetônico. O sítio
a ser protegido inclui a floresta
da Tijuca, a baía de Guanabara,
o forte Santa Cruz da Barra (Niterói), a praia de Copacabana e
o aterro do Flamengo -os dois
últimos com o ambiente determinado pelo paisagista Burle
Marx, um dos principais símbolos da influência da natureza
no desenvolvimento da cidade.
"A posição europeia era dominar a natureza, numa lógica
de ocupação. A linha curva e a
organicidade entram na cultura internacional com o jardim
de Burle Marx", diz o presidente do Iphan (órgão federal de
preservação do patrimônio),
Luiz Fernando de Almeida.
Toda área a ser analisada pela Unesco e 85% da zona de
amortecimento (importante
para preservar a paisagem) já
são protegidas por leis. Mas para a autora do dossiê de candidatura, Cristina Lodi, o "carimbo" da Unesco é importante para preservar o conjunto da área.
"Não estamos mais falando
do valor de um edifício, de proteção das florestas. Estamos falando de paisagem cultural, que
faz com que a gente pense as relações entre o ambiente natural
e as ações do homem." Com a
entrada na lista, qualquer intervenção terá de se orientar
pela preservação da paisagem.
É a segunda vez que o Rio
busca a chancela da Unesco.
Em 2003, o órgão rejeitou o
primeiro pedido por inadequação da proposta. A candidatura
havia pleiteado ser Patrimônio
da Humanidade como sítio
misto (cultural e natural).
Desta vez, o Rio pretende
candidatar-se na categoria paisagem cultural. Atualmente,
este grupo aceita apenas zonas
rurais. Mas especialistas convocados pela ONU discutiram
esta semana no Rio a inclusão
de área urbanas em que a natureza influenciou fortemente o
desenvolvimento de uma cultura única. Os dossiês de candidatura do Rio e de Sevilha foram usados como parâmetro.
(ITALO NOGUEIRA)
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