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SEGURANÇA
Presos exigem dinheiro para não sequestrar familiares
Detentos do Rio fazem ameaça por telefone a empresários paulistas
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
Centenas de empresários de São
Paulo de diferentes segmentos na
capital paulista, no litoral e no interior são alvos desde o ano passado de tentativas de extorsão por
meio de ligações telefônicas efetuadas de celulares do interior de
presídios do Rio de Janeiro.
O "modus operandi" é simples.
Por meio de telefonemas, detentos exigem do empresário o depósito de determinada quantia em
uma conta bancária ou a compra
de cartões telefônicos para celulares pré-pagos, sob a ameaça de terem o patrimônio depredado ou
um familiar sequestrado. Não há
informação de casos em que a
ameaça tenha se consumado.
Os casos envolvem estabelecimentos comerciais, hotéis, transportadoras e empresas de outros
setores. A assessoria da Secretaria
da Segurança Pública de São Paulo não soube determinar quantos
inquéritos estão em andamento
no Estado, mas informou que são
"muitos". Cada caso particular está sob investigação no distrito em
que a queixa foi registrada. A apuração de caráter mais geral é feita
pelas delegacias especializadas.
O assessor de segurança da Fetcesp (Federação das Empresas de
Transporte de Carga do Estado de
São Paulo), Paulo Roberto de
Souza, coronel da reserva do
Exército, diz que, desde agosto
passado, mais de 50 empresas do
setor receberam ligações, que partiram de ao menos 15 celulares.
Segundo ele, nos casos nos
quais se identificou a procedência
da chamada, o número foi repassado à Secretaria de Segurança do
Rio. Também foram informados
os números das contas bancárias
nas quais foram solicitados os depósitos. "Os detentores das contas
correntes eram familiares ou pessoas que tinham ligação com presos", afirmou Souza.
A assessoria da Polícia Civil do
Rio informou que as ameaças foram feitas do interior de presídios
cariocas para várias partes do
país. Nos casos identificados, diz a
assessoria, os celulares foram rastreados por autorização judicial e
os responsáveis, indiciados em inquérito por crime de extorsão.
Quando as ameaças começaram, a quantia exigida chegava a
R$ 50 mil, depois baixou para menos de R$ 10 mil, diz Marcelo
Marques da Rocha, presidente do
Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Litoral Paulista.
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