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Nas ruas, PMs cobram mais segurança
DA REPORTAGEM LOCAL
Policiais ouvidos pela Folha
afirmam que a morte do soldado
Luiz Cláudio Monteiro durante
ataques à polícia é resultado da
falta de estrutura e da carência de
soldados nas ruas. "Quantos vão
precisar morrer para eles [o comando] fazerem alguma coisa?",
questiona um policial que faz patrulhamento de moto numa das
áreas da região central da cidade.
Segundo ele, por não haver rádio nas motos, os policiais não
conseguiram prender os assassinos de um colega morto em outubro do ano passado.
Outro PM, que também não
quis se identificar, diz que os policiais do patrulhamento nas ruas
estão vulneráveis e dependem da
população para fazer uma denúncia, caso eles sejam atacados.
Soldados que fazem patrulhamento na região do Morumbi,
onde um posto da PM foi atacado
ontem, também reclamaram das
condições de trabalho. "Fico na
viatura [veículo policial] sozinho,
circulando por essas ruas, tendo
que proteger a população, prender bandido e me proteger. A polícia está desamparada", afirmou.
Segundo ele, os próprios policiais
investem na compra de armas
mais modernas. "Gastei R$ 2.000
numa pistola e ainda tenho que
comprar munição."
O presidente da Associação dos
Cabos e Soldados do Estado, Wilson Morais, diz que as bases de segurança e carros de polícia deveriam ser blindados. Para ele, o
ideal é que fosse obrigatório um
mínimo de dois policiais por cada
veículo porque, diz, sozinho o
profissional se torna alvo fácil de
bandidos. "Eles [suspeitos] não
atacam uma carro da Rota, que
tem quatro policiais, nem da Força Tática, que conta com três".
Segundo ele, as bases de segurança deveriam ter pelo menos
seis policiais, e não apenas dois.
Investimentos
O secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, negou que os PMs estejam
desestruturados. Ele afirmou que
há excedente de coletes à prova de
balas e afirmou que 30% dos PMs
do Estado já têm a pistola .40.
Em relação ao policiamento integrado -no qual é deslocado
apenas um policial por carro-
vai ser suspenso até o esclarecimento dos atentados. Abreu Filho
disse também que o governo gastou R$ 1,5 milhão na blindagem
de carros e de bases da polícia.
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