São Paulo, sexta-feira, 13 de janeiro de 2006

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Nas ruas, PMs cobram mais segurança

DA REPORTAGEM LOCAL

Policiais ouvidos pela Folha afirmam que a morte do soldado Luiz Cláudio Monteiro durante ataques à polícia é resultado da falta de estrutura e da carência de soldados nas ruas. "Quantos vão precisar morrer para eles [o comando] fazerem alguma coisa?", questiona um policial que faz patrulhamento de moto numa das áreas da região central da cidade.
Segundo ele, por não haver rádio nas motos, os policiais não conseguiram prender os assassinos de um colega morto em outubro do ano passado.
Outro PM, que também não quis se identificar, diz que os policiais do patrulhamento nas ruas estão vulneráveis e dependem da população para fazer uma denúncia, caso eles sejam atacados.
Soldados que fazem patrulhamento na região do Morumbi, onde um posto da PM foi atacado ontem, também reclamaram das condições de trabalho. "Fico na viatura [veículo policial] sozinho, circulando por essas ruas, tendo que proteger a população, prender bandido e me proteger. A polícia está desamparada", afirmou. Segundo ele, os próprios policiais investem na compra de armas mais modernas. "Gastei R$ 2.000 numa pistola e ainda tenho que comprar munição."
O presidente da Associação dos Cabos e Soldados do Estado, Wilson Morais, diz que as bases de segurança e carros de polícia deveriam ser blindados. Para ele, o ideal é que fosse obrigatório um mínimo de dois policiais por cada veículo porque, diz, sozinho o profissional se torna alvo fácil de bandidos. "Eles [suspeitos] não atacam uma carro da Rota, que tem quatro policiais, nem da Força Tática, que conta com três".
Segundo ele, as bases de segurança deveriam ter pelo menos seis policiais, e não apenas dois.

Investimentos
O secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, negou que os PMs estejam desestruturados. Ele afirmou que há excedente de coletes à prova de balas e afirmou que 30% dos PMs do Estado já têm a pistola .40.
Em relação ao policiamento integrado -no qual é deslocado apenas um policial por carro- vai ser suspenso até o esclarecimento dos atentados. Abreu Filho disse também que o governo gastou R$ 1,5 milhão na blindagem de carros e de bases da polícia.


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