São Paulo, domingo, 13 de fevereiro de 2000


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Embaixador ataca deportação

enviado especial a Medina, Ohio

O governo brasileiro alega que decidiu não colaborar com os EUA no pedido de deportação dos jovens Joao Herbert e Djavan Arams Silva por "uma questão humanitária".
Segundo o embaixador Mauricio Cortes Costa, responsável pelo consulado brasileiro em Boston, os dois não poderiam retornar ao Brasil porque "não falam mais português e não têm familiares nem amigos no país. Não se adaptariam facilmente".
Costa informou que o Brasil reconhece a cidadania brasileira de ambos, mas entende que as adoções são atos irrevogáveis.
"Os dois foram adotados quando crianças. Seria desumano mandá-los de volta", afirmou o embaixador.
O consulado em Boston, que cuida do caso de Silva, contratou um advogado de defesa e informou oficialmente à imigração que não irá fornecer documentos para sua deportação.
Apesar da posição do governo brasileiro com relação ao caso dos dois rapazes, o Itamaraty não fez até o momento nenhuma gestão política junto ao Departamento de Estado dos EUA para resolver o assunto, embora o problema possa afetar, de agora em diante, todas as adoções de crianças brasileiras feitas por famílias norte-americanas.
A persistir a posição dos EUA, todas as crianças brasileiras que forem adotadas e não forem imediatamente naturalizadas ficarão numa espécie de limbo jurídico.


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