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São Paulo, quinta-feira, 13 de fevereiro de 2003

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SP ILEGAL

Levantamento divulgado pela prefeitura mostra ainda que 62% dessas moradias estão localizadas em áreas municipais

14% das favelas ficam em "terra de ninguém"

SIMONE IWASSO
DA REPORTAGEM LOCAL

De acordo com levantamento divulgado ontem pela Secretaria da Habitação e Desenvolvimento Urbano de São Paulo, 14% das favelas da cidade estão localizadas em terrenos sem identificação do proprietário.
Um exemplo é a favela Aracati 4, fundada em 1950, no distrito do Jardim Ângela (zona sul). Caso mais recente é o da favela Rio Fartura, localizada no distrito de Guaianazes (zona leste), ocupada em 1992. Em ambas, o estudo não conseguiu identificar quem eram os donos dos terrenos.
Outros 14% das favelas estão em locais de propriedade particular e a maioria, 62%, em espaços pertencentes ao município.
Os restantes 10% estão em áreas em que parte das terras são públicas (prefeitura ou Estado) e parte, de particulares.
Pelo levantamento também é possível saber que a favela Arlindo Bettio, localizada no distrito Matarazzo (zona leste), é oficialmente a mais nova da cidade, ocupada em 2000.
Sabe-se também que a mais antiga favela de São Paulo é a Chácara Chacrinha, fundada em 1896 num terreno particular no distrito do Sacomã (zona sul).
Também em Sacomã está a favela de Heliópolis, que permanece como a maior da cidade, seguida da favela de Paraisópolis, também na zona sul.
A pesquisa, divulgada ontem com exclusividade pela Folha, aponta o surgimento de 464 novas favelas em São Paulo, no período de 1991 a 2000. São 1,16 milhão de pessoas morando em 2.018 favelas.
Na última década, houve também um aumento da densidade média das favelas, que passou de 360 para 380 habitantes por hectare, com uma média de quatro moradores por domicílio.
"Precisamos de R$ 220 milhões por ano, durante 15 anos, para recuperar essas áreas da cidade. Estamos procurando formas alternativas de financiamento, como parcerias com o governo federal e outras instituições externas", afirma o secretário municipal de Habitação e Desenvolvimento Urbano, Paulo Teixeira.


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