São Paulo, sexta-feira, 13 de fevereiro de 2004

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BARBARA GANCIA

Quem está matando os bichos do zôo de Sampa?

Judeus e católicos entraram de gaiatos no navio. A nova lei francesa que proíbe o uso ostensivo de símbolos religiosos em salas de aula -e que foi aprovada na Assembléia Nacional por esmagadores 494 votos contra 36- não deixa dúvidas: diferentemente dos ingleses, que colonizavam com a finalidade de abrir mercados, os franceses, notórios catequizadores, não irão permitir a integração da cultura árabe, a não ser pelo denominador comum da "egalité". Desde que a igualdade seja de cunho francófono, bien sûr.
A "fraternité" funciona somente entre gauleses. No começo do século 20, italianos de Marselha e poloneses de Paris tiveram de se afrancesar na marra. Agora, árabes e africanos são intimados a engolir o laicismo. E a "liberté" de exercer a sua religião milenar que se exploda.
Na verdade, a Europa está com os muçulmanos entalados na goela. Os italianos são obrigados a ouvir os cânticos que ecoam das centenas de mesquitas espalhadas pelo país, mas sabem que, nas ditaduras teocráticas do mundo islâmico, é proibida a construção de igrejas católicas.
E a França, que tem mais imigrantes árabes do que qualquer outro país europeu, não vai parar por aí. Quem viver verá.
 
O vereador Roberto Tripoli (PSDB), que atua em defesa dos bichos e da natureza há mais de 20 anos, visitou ontem o Zoológico de São Paulo. Com outros vereadores, ele foi colher informações sobre as mortes misteriosas de uma elefanta, três dromedários, três antas e três chimpanzés. Conversei com ele depois da visita e Tripoli me disse que saiu do zôo sem chegar a nenhuma resposta definitiva. Só de uma coisa ele tem certeza: as mortes não foram causadas por envenenamento acidental. O caso é tão nebuloso que o vereador chegou a sugerir a possibilidade de que estejamos diante de um serial killer hollywoodiano, que mata por ordem alfabética.
Veja só: as baias dos animais mortos não são próximas umas das outras. E morreram antas, a elefanta Baira, chimpanzés e dromedários. Ou seja, A, B, C, D e E, de elefanta. Parece ficção, mas, por precaução, a girafa está sob segurança redobrada.
Não é de hoje que o nosso zôo deixou de ser flor que se cheire. Os cerca de mil animais em exibição são monitorados de perto pelo Ibama. Mas e os outros 2.000 que não estão em exibição? Quem garante o bem-estar deles? No ano passado, correu voz de que uma jaguatirica havia nascido no zôo. Nunca mais se ouviu falar dela.

QUALQUER NOTA

Simplicidade
Não seria uma verdadeira lufada de ar fresco se a nossa prefeita voltasse a visitar alguma área carente da cidade vestindo jeans e tênis? Dependendo da ocasião, até mesmo a princesa de Gales se apresentava em público usando camiseta pólo. E olha que a Diana não dependia do voto popular.

Fubá com cola
"Uma coisinha meio fubá." É assim que Alcides Nogueira, um dos autores de "Um Só Coração", define o logotipo que foi usurpado da minissérie e utilizado nesta semana em propaganda eleitoral de Paulo Salim Maluf.


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