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SAÚDE
Paciente à espera de medula óssea poderá consultar dados a partir de maio; medida tenta dar transparência ao processo
Internet informará sobre fila de transplante
LUIS RENATO STRAUSS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após acusações de tentativa de
favorecimento na fila de transplante de medula óssea, o Ministério da Saúde anunciou um sistema que promete maior transparência. Pacientes, médicos e centros terão acesso às informações
pela internet.
Em janeiro, o então diretor do
centro de transplantes do (Inca)
Instituto Nacional de Câncer, Daniel Tabak, pediu demissão acusando José Alencar, vice-presidente da República, e o ministro
Humberto Costa (Saúde) de fazer
pressão política para beneficiar
pacientes que estão na fila de
transplantes de medula óssea.
Uma comissão investiga o caso.
Atualmente, apenas o Cemo
(Centro Nacional de Medula Óssea) tem acesso às informações de
pacientes e de doadores. A partir
de maio, esses dados estarão disponíveis a médicos, hospitais e
pessoas envolvidas no processo.
O paciente poderá acompanhar
passo a passo a sua situação. "É
um meio transparente que impossibilitará qualquer tipo de
fraude", afirmou Costa.
Além disso, o Ministério da
Saúde aplicará R$ 25 milhões na
busca de medulas compatíveis em
bancos nacionais e internacionais. Hoje, há uma lista de 600
pessoas que aguardam doadores,
segundo o ministério.
O ministério quer aumentar o
número de doadores capacitando
hemocentros para fazer a análise
de compatibilidade. Vai convidar
os doadores regulares de sangue
(estimados em 1 milhão) a serem
fornecedores de material de medula. Há no país 40 mil doadores
-seriam necessários 360 mil.
Para ser doador, basta tirar uma
amostra de sangue. Se for compatível, a cirurgia para retirar 10% da
medula da bacia dura um dia e
não tem efeitos colaterais. "No dia
seguinte, a pessoa pode voltar a
trabalhar", afirma José Gomes
Temporão, presidente do Inca.
O governo também quer aumentar o número de centros que
fazem o transplante -há cinco
para doações entre não-parentes.
A falta de um centro em Anápolis (GO) fez a família de Valquíria
Zuccon Lemes Barros, 54, mudar
para Curitiba (PR). Duas de suas
quatro filhas ficaram doentes. A
primeira buscou por quatro anos
um doador. Quando foi encontrado, a transfusão foi considerada
de alto risco. A filha, então com 18
anos, optou por usar alguns remédios, mas morreu dois anos
depois. Hoje, a outra filha, de 13
anos, aguarda autorização para a
transfusão.
Informações sobre doações e locais pelo telefone 0800-611997.
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