São Paulo, sexta-feira, 13 de fevereiro de 2004

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EUA pretendem enviar ajuda a 3 Estados afetados

DA AGÊNCIA FOLHA

Os Estados Unidos pretendem enviar ajuda a três Estados da região Nordeste atingidos pelas chuvas. Dois representantes do governo norte-americano estão no Piauí para a realização de um levantamento de ações destinadas a ajuda aos desabrigados.
O brasileiro Antônio Pinheiro, consultor da OFDA -órgão norte-americano responsável pelo atendimento a desastres no exterior- para gestão de riscos, ligado à Usaid (agência norte-americana para o desenvolvimento internacional), e o guatemalteco José Luis Loarca, da ONG Cáridas, ligada à Igreja Católica, realizam um trabalho de logística para auxílio aos desabrigados no Piauí, no Ceará e em Pernambuco.
De acordo com Pinheiro, após serem municiados com informações dos órgãos públicos, eles enviarão à Embaixada dos Estados Unidos no Brasil um plano de ações emergenciais.
Com o término do levantamento, os EUA pretendem realizar ações na área de saúde, prestar auxílio às famílias que sofreram perdas ocasionadas pelas chuvas e enviar medicamentos à região.
Pinheiro disse que uma das prioridades do trabalho é apontar os problemas futuros que os Estados atingidos pelas chuvas possam enfrentar. "Após as enchentes, surtos de doenças costumam ocorrer. Queremos fazer uma radiografia das cidades onde problemas mais graves possam surgir", disse ele.

Minas
Três ribeirões transbordaram na madrugada de ontem em Guanhães (a 244 km de Belo Horizonte), na região do rio Doce, em Minas Gerais. Bairros da periferia e o centro da cidade ficaram inundados. A prefeitura decretou calamidade pública na cidade.
As águas invadiram casas e lojas e abriram buraco de cinco metros em uma avenida da cidade. A estimativa da prefeitura é que 40% dos comerciantes tenham perdido todas suas mercadorias. Cem pessoas que ficaram desabrigadas foram alojadas no mercado municipal e no ginásio poliesportivo.

Cestas no RN
Além de chegarem em número insuficiente, as cestas básicas enviadas pelo governo federal ao Rio Grande do Norte não contêm os nutrientes necessários para uma alimentação adequada, segundo o governo do Estado.
"O que foi distribuído para o Rio Grande do Norte não pode ser caracterizado como cesta básica. Não tem feijão nem rapadura, por exemplo, que são do hábito alimentar da região", diz Leonardo Arruda, secretário de Justiça e Cidadania do Rio Grande do Norte.
As cestas básicas enviadas (4.000) ao Estado são compostas de dez quilos de arroz, dois quilos de macarrão, três latas de óleo de soja e um quilo de café.
O kit estava sendo distribuído em 16 cidades. São 59 municípios em estado de calamidade pública e 13 em situação de emergência.
Arruda e a governadora do Estado, Wilma de Faria (PSB), estiveram reunidos ontem com o ministro Ciro Gomes (Integração Nacional) para tratar dos problemas decorrentes das enchentes.
Segundo a assessoria do ministério, Ciro Gomes reconheceu que a crítica ao conteúdo das cestas é procedente. O ministro disse que o problema ocorreu devido à falta de estoque de alguns produtos, mas que medidas para solucioná-lo, como a compra descentralizada de produtos, já estavam sendo tomadas.
De acordo com a nutricionista Andrea Galante, presidente da Asbran (Associação Brasileira de Nutrição), nas cestas enviadas ao Rio Grande do Norte faltam principalmente proteínas.


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