DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Três africanos foram encontrados anteontem escondidos num contêiner vazio do navio cargueiro Gran San Paolo, de bandeira italiana, que partiu dia 6, de Gâmbia, na costa africana, com destino ao porto de Salvador.
Abdoulaye Diallo, 22, do Senegal, e L'Aho Bah, 21, de Guiné, foram imediatamente encaminhados à superintendência da Polícia Federal, onde prestaram depoimento e aguardam a deportação.
O outro rapaz, J. Naf. Franklim, de idade e nacionalidade ignorada, chegou ao país bastante debilitado e foi levado para o Hospital Geral do Estado, onde ficou em observação.
Os clandestinos foram descobertos anteontem por um estivador, quando a embarcação atracou no porto. "Percebi um barulho estranho no contêiner e pedi ao supervisor para abrir", disse Raimundo Silva, 34.
Em depoimento à Policia Federal, o capitão do navio, Gianfranco Zelik, contou que em nenhum momento a tripulação desconfiou da presença dos rapazes a bordo.
Na PF, os africanos disseram que embarcaram no navio com um galão de 20 litros de água e uma pequena quantidade de alimentos. Segundo eles, para aumentar a ventilação dentro do contêiner, os três fizeram um buraco na abertura da porta.
Após dois dias a bordo, a comida acabou. Como não trouxeram documentos que comprovem a suas identificações, a PF ainda não sabia se os nomes dados pelos rapazes eram verdadeiros. O delegado Nelson Gaspar pedirá a ficha criminal dos clandestinos.
Bah e Diallo disseram, em depoimento, que não querem voltar para Guiné. Diallo disse que o seu destino não era o Brasil, e sim, Dakar. (MANUELA MARTINEZ)


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