São Paulo, quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Polícia teme "manipulação" de arma disparada contra coronel

Temor é que suspeitos "plantem" arma em falsa blitz

ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Os responsáveis por esclarecer o assassinato do coronel da PM José Hermínio Rodrigues, 48, em uma avenida da zona norte em 16 de janeiro, temem que a pistola 380 mm usada no crime seja manipulada para evitar a identificação dos responsáveis pelo homicídio.
Até agora, a pistola 380 mm ainda não foi achada pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), da Polícia Civil, nem pela Corregedoria da Polícia Militar. O receio dos policiais que atuam na investigação é que a arma seja "plantada" em alguém com passagem pela polícia em uma falsa blitz e, com isso, a identificação dos verdadeiros autores do crime seja dificultada.
Em 25 de janeiro, três PMs da zona norte foram presos acusados por um homicídio contra uma mulher e pela tentativa de assassinato do filho dela na Vila Brasilândia.
Os três passaram a ser investigados pelo crime contra o coronel porque um deles, o soldado Pascoal dos Santos Lima, tinha em sua casa uma motocicleta Falcon preta. Uma moto semelhante foi usada pelos assassinos do oficial.
Um dos assassinos de Rodrigues calçava coturnos pretos, assim como o que faz parte do uniforme da PM paulista. Também foram presos os sargentos Ricardo da Rocha Benetti, 37, e Helber Antônio de Freitas, 36.
Ao menos outros 15 PMs de batalhões da zona norte e subordinados ao coronel Rodrigues são investigados como integrantes de um grupo de extermínio que teria cometido algumas chacinas ano passado na região -e que era combatido pelo oficial. Essa seria a principal motivação para sua morte.
A investigação aponta que esses mesmos PMs estão até agora com a pistola 380 mm. A maior parte dos PMs ainda patrulha as ruas, e isso facilitaria que algum deles forjasse a apreensão da arma com alguém com passagens pela polícia.
Exames balísticos nas cápsulas achadas ao lado do corpo do coronel e nas recolhidas numa favela da zona norte -onde seis pessoas foram mortas numa chacina, em junho de 2007- deram positivo. Ou seja, a pistola dos dois crimes é a mesma.


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Porto Alegre: PMs são suspeitos de corrupção de menores no RS
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.