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Polícia teme "manipulação" de arma disparada contra coronel
Temor é que suspeitos "plantem" arma em falsa blitz
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Os responsáveis por esclarecer o assassinato do coronel da
PM José Hermínio Rodrigues,
48, em uma avenida da zona
norte em 16 de janeiro, temem
que a pistola 380 mm usada no
crime seja manipulada para
evitar a identificação dos responsáveis pelo homicídio.
Até agora, a pistola 380 mm
ainda não foi achada pelo
DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa),
da Polícia Civil, nem pela Corregedoria da Polícia Militar. O
receio dos policiais que atuam
na investigação é que a arma seja "plantada" em alguém com
passagem pela polícia em uma
falsa blitz e, com isso, a identificação dos verdadeiros autores
do crime seja dificultada.
Em 25 de janeiro, três PMs
da zona norte foram presos
acusados por um homicídio
contra uma mulher e pela tentativa de assassinato do filho
dela na Vila Brasilândia.
Os três passaram a ser investigados pelo crime contra o coronel porque um deles, o soldado Pascoal dos Santos Lima, tinha em sua casa uma motocicleta Falcon preta. Uma moto
semelhante foi usada pelos assassinos do oficial.
Um dos assassinos de Rodrigues calçava coturnos pretos,
assim como o que faz parte do
uniforme da PM paulista. Também foram presos os sargentos
Ricardo da Rocha Benetti, 37, e
Helber Antônio de Freitas, 36.
Ao menos outros 15 PMs de
batalhões da zona norte e subordinados ao coronel Rodrigues são investigados como integrantes de um grupo de extermínio que teria cometido algumas chacinas ano passado na
região -e que era combatido
pelo oficial. Essa seria a principal motivação para sua morte.
A investigação aponta que esses mesmos PMs estão até agora com a pistola 380 mm. A
maior parte dos PMs ainda patrulha as ruas, e isso facilitaria
que algum deles forjasse a
apreensão da arma com alguém
com passagens pela polícia.
Exames balísticos nas cápsulas achadas ao lado do corpo do
coronel e nas recolhidas numa
favela da zona norte -onde seis
pessoas foram mortas numa
chacina, em junho de 2007-
deram positivo. Ou seja, a pistola dos dois crimes é a mesma.
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