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Expansão do ensino a distância desacelera
Após anos de crescimento intenso, ritmo teve a maior diminuição desde 2000, segundo dados do MEC
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após anos de crescimento intenso, o ensino superior a distância no Brasil sofreu a maior
desaceleração desde 2000,
quando surgiram as primeiras
estatísticas sobre o setor.
Segundo dados ainda inéditos da Secretaria de Educação a
Distância do Ministério da
Educação, as matrículas nessa
modalidade continuam crescendo, mas num ritmo muito
menor. De 2008 para 2009, o
número de matrículas aumentou 7%, enquanto, nos quatro
anos anteriores, o percentual
ficou em pelo menos 80%.
O freio se deu principalmente no setor privado, que expandiu apenas 1% e é alvo de recentes punições do MEC.
A mais recente fiscalização
da pasta apontou, na quarta, a
existência de 108 polos de ensino sem autorização em cinco
instituições, incluindo duas gigantes do setor privado, a Unip
e a Estácio de Sá. A estimativa é
que esses polos fossem receber
10 mil alunos.
Na ocasião, a Unip disse que
os seus 76 polos apontados como irregulares estão de acordo
com a lei. A Estácio de Sá afirmou que possui autorização
para funcionar em 54 locais.
Desde 2008, quando iniciou
a fiscalização, o MEC fechou
5.613 locais que não tinham a
estrutura mínima para o aluno
cumprir a carga presencial.
Para especialistas, a profusão
da descoberta de irregularidades se deve ao rápido crescimento dessa modalidade de ensino. Em 2000, o Brasil tinha
apenas 1.682 alunos no ensino a
distância, segundo censo da
educação superior do Inep (órgão do MEC). Em 2009, já eram
814.183, segundo a Secretaria
de Educação a Distância.
O secretário Carlos Bielschowsky afirma que, pelo fato
de se tratar de um setor novo,
levou-se algum tempo para
aprimorar os instrumentos de
fiscalização. Ele acredita que,
nos próximos anos, o número
de matrículas continue crescendo e vê como positiva a desaceleração em 2009. "É algo
benéfico porque o sistema ganhou em qualidade", diz.
O presidente da Abed (Associação Brasileira de Educação à
Distância), Fredric Litto, lembrou dados do Enade, exame
que avalia os universitários,
que mostram que na maioria
das áreas os estudantes do ensino a distância se saem melhor
do que os colegas do presencial.
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