São Paulo, Sábado, 13 de Fevereiro de 1999
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AVIAÇÃO
Um ano após incêndio, aeroporto reconstruído está mais confortável, mas passageiros reclamam de ar-condicionado
Dobram passageiros no Santos Dumont

MÁRIO MAGALHÃES
da Sucursal do Rio


O número de passageiros dobrou, o déficit de vagas no estacionamento cresceu, a falta de ar-condicionado no saguão leva a temperatura às alturas.
Um ano depois do incêndio que destruiu o Santos Dumont, porém, o aeroporto do centro do Rio parece oferecer mais agilidade e conforto do que antes do fogo que começou na madrugada do dia 13 de fevereiro de 1998, uma sexta, e só foi controlado oito horas depois.
O mais tradicional aeroporto carioca reforçou a segurança, apesar de não ter havido treinamento coletivo contra incêndios do pessoal que lá trabalha e de as lanchas compradas para salvamento na baía de Guanabara não terem capacidade para recolher todos os passageiros e a tripulação de um Boeing 737 lotado. Segundo a Infraero (Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária), seus funcionários foram preparados, mas é difícil treinar o conjunto de pessoal do aeroporto.
Quando a ponte aérea Rio-São Paulo foi reaberta, em agosto, a Infraero projetou média de 11 mil por dia. Reconstruído com investimento de R$ 24,8 milhões, o Santos Dumont está próximo do seu limite e já planeja ampliar a área de passageiros. O embarque deve passar para o segundo andar.
Antes do fogo, cuja origem a perícia nunca determinou, passavam diariamente 7.300 passageiros pelo aeroporto.
Hoje, com 400 decolagens ou pousos diários, o número chega a 14,5 mil -98,6% a mais do que no início de 1998 e 31,8% acima do previsto. A maioria, de 65% a 70%, chega ou vai para São Paulo.
""O Santos Dumont está melhor, mais bonito, funcional e organizado", disse ontem o gerente de vendas Ítalo Novelo, usuário do aeroporto há mais de dez anos.
Irritado com o calor e suando muito, o ator Ary Fontoura discordou: ""Está pior. É inconcebível a ausência de um ar-condicionado, numa cidade como o Rio, depois de se refazer o aeroporto".
Para quem embarca, agora há uma sala única, com 371 poltronas, no lugar das antigas três salas, com capacidade de 320 lugares. Com o fim do pool Varig-Vasp-Transbrasil, com a associação operacional da primeira à Rio Sul, o serviço dividiu-se tornou-se mais rápido.
O novo Santos Dumont tem agora uma sala de desembarque, com duas esteiras para bagagem.
Das 1.100 vagas no estacionamento, cerca de 400 são reservadas para o pessoal que trabalha no aeroporto e em prédios de empresas aéreas. As 700 vagas rotativas muitas vezes são insuficientes. A Infraero estuda um aumento emergencial de um andar para carros.


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