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SEGURANÇA
Maioria disse que tentou furtar por ter fome
No dia seguinte, participante de saque a supermercado come pouco
DA REPORTAGEM LOCAL
Meio-dia de ontem. Na geladeira de Maria Cláudia dos Santos,
30, apenas duas tigelas de feijão e
uma de arroz iriam alimentar nove pessoas -entre elas, três
crianças: Aline, 5, Alan, 4, e Alex,
3. Ela foi uma das 24 pessoas detidas anteontem pela Polícia Militar por um saque a um supermercado em Cidade Tiradentes, na
zona leste de São Paulo.
A maioria das pessoas presas
-e liberadas por falta de flagrante- disse que tentou furtar alimentos porque tinha fome. Essa
também é a explicação de Santos,
que diz ter se arrependido.
A versão do furto por fome foi
contestada pelos proprietários do
supermercado -que também tiveram produtos de perfumaria,
bebidas alcoólicas, caixas registradoras e fax levados- e pelo
delegado seccional de São Mateus, Luiz Carlos do Carmo, que
instaurou inquérito para apurar o
caso. A ação foi classificada como
"furto qualificado".
Ontem, o supermercado funcionava normalmente.
No Mapa da Exclusão/Inclusão
Social, da PUC-SP, Cidade Tiradentes ocupa o 4º lugar -atrás
apenas de Jardim Ângela e Grajaú, na zona sul, e Lajeado, também na zona leste.
Dos mais de 190 mil habitantes,
52,8% estão em alta privação social, segundo o Centro de Estudos
da Metrópole. Dos chefes de família, 15,6% não têm renda. Santos é
uma moradora típica do distrito.
Ela faz bicos como faxineira e recebe R$ 100 pelo Renda Mínima.
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