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São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 2003

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SEGURANÇA

Maioria disse que tentou furtar por ter fome

No dia seguinte, participante de saque a supermercado come pouco

DA REPORTAGEM LOCAL

Meio-dia de ontem. Na geladeira de Maria Cláudia dos Santos, 30, apenas duas tigelas de feijão e uma de arroz iriam alimentar nove pessoas -entre elas, três crianças: Aline, 5, Alan, 4, e Alex, 3. Ela foi uma das 24 pessoas detidas anteontem pela Polícia Militar por um saque a um supermercado em Cidade Tiradentes, na zona leste de São Paulo.
A maioria das pessoas presas -e liberadas por falta de flagrante- disse que tentou furtar alimentos porque tinha fome. Essa também é a explicação de Santos, que diz ter se arrependido.
A versão do furto por fome foi contestada pelos proprietários do supermercado -que também tiveram produtos de perfumaria, bebidas alcoólicas, caixas registradoras e fax levados- e pelo delegado seccional de São Mateus, Luiz Carlos do Carmo, que instaurou inquérito para apurar o caso. A ação foi classificada como "furto qualificado".
Ontem, o supermercado funcionava normalmente.
No Mapa da Exclusão/Inclusão Social, da PUC-SP, Cidade Tiradentes ocupa o 4º lugar -atrás apenas de Jardim Ângela e Grajaú, na zona sul, e Lajeado, também na zona leste.
Dos mais de 190 mil habitantes, 52,8% estão em alta privação social, segundo o Centro de Estudos da Metrópole. Dos chefes de família, 15,6% não têm renda. Santos é uma moradora típica do distrito. Ela faz bicos como faxineira e recebe R$ 100 pelo Renda Mínima.


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