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Queixas contra a Telefônica crescem 324% em um ano
Empresa lidera pelo 4º ano seguido o ranking de reclamações feitas ao Procon-SP; panes no Speedy são a principal causa
Ranking feito pela fundação traz ainda o banco Itaú, que manteve o segundo lugar, e a AES Eletropaulo, pela primeira vez em terceiro
MÁRCIO PINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Telefônica ocupa pelo
quarto ano consecutivo o posto
de campeã de queixas de consumidores à Fundação Procon-SP. Segundo balanço divulgado
ontem, o número aumentou
mais de três vezes -foram
15.337 em 2009, frente a 3.615
em 2008 (variação de 324%).
Contribui para esse crescimento, segundo a própria empresa, as seguidas panes do serviço de banda larga Speedy
-foram pelo menos três entre
fevereiro e maio. Em junho e
em setembro, as panes ocorreram nas linhas de telefone.
Além da Telefônica, a lista do
Procon traz o Itaú como destaque. O banco manteve o segunda lugar, com 1.410 queixas.
A surpresa foi a AES Eletropaulo em terceiro lugar, já que a
lista tradicionalmente traz nas
primeiras posições empresas
de telefonia (fixa e móvel) e do
setor financeiro (bancos, cartões etc). Foram 1.340 queixas
em 2009, ante 574 em 2008.
Segundo Roberto Pfeiffer, diretor-executivo do Procon, esse
aumento mostra problemas nos
serviços da Eletropaulo, que já
tiveram consequências em
2010. A capital viveu vários miniapagões em janeiro, e 16 bairros chegaram a ficar mais de 24
horas sem luz em fevereiro.
Para o secretário da Justiça,
Luiz Antonio Guimarães Marrey, as queixas mostram que a
Aneel (Agência Nacional de
Energia Elétrica) deve abandonar sua posição de "absurdo silêncio" em relação à Eletropaulo. Já Pfeiffer pediu atuação
mais rígida da Anatel (Agência
Nacional de Telecomunicações) quanto à Telefônica.
A agência abriu processos administrativos para apurar as
panes da Telefônica. O Procon
tem processos semelhantes.
De concreto, as punições para a operadora foram a suspensão da venda do Speedy por
dois meses pela Anatel e um
TAC (Termo de Ajustamento
de Conduta) firmado com o
Procon e o Ministério Público
de São Paulo, pelo qual a Telefônica é obrigada a fazer um
projeto social de combate à exploração sexual de crianças.
Melhora
Pfeiffer diz que, em 2009, o
Procon fez com que toda queixa
sobre a Telefônica passasse a
ser contada para o ranking -e
não apenas as que o órgão não
consegue solução num primeiro contato com a empresa-, o
que se reflete no aumento expressivo de queixas da empresa.
"Já há sinais de melhora",
diz. Em março, por exemplo, a
empresa registrou 3.255. Em
dezembro, foram 657.
Um dos que reclamaram da
Telefônica em 2009 foi o securitário John Davis, 40. Ele diz
que durante meses sua linha de
telefone vivia "caindo". "Tentávamos usar e não tinha sinal."
Hoje, seu principal problema
é o Speedy, que deveria funcionar com velocidade de 1 mega,
mas que geralmente tem desempenho inferior. "O serviço e
o atendimento são péssimos."
Ele afirma ainda ter tido linha
e Speedy cancelados, sem sua
autorização, por alguém que ligou para Telefônica passando-se por ele, o que, diz, mostra falha de segurança no atendimento -a gravação da própria empresa mostra que o suposto Davis tinha voz de mulher.
Colaborou CAROL ROCHA, do "Agora"
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