São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 2000


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NARCOTRÁFICO
Eduardo Sozza é acusado de auxílio ao tráfico e sonegação
CPI se instala indiciando empresário de Campinas

CRISPIM ALVES
da Folha Online

JOSÉ DE OLIVEIRA JÚNIOR
da Agência Folha, em São Paulo

O empresário Eduardo Sozza, da região de Campinas, foi a primeira pessoa a ser indiciada criminalmente pela CPI do Narcotráfico em São Paulo.
De acordo com os deputados federais Robson Tuma (PFL-SP) e Moroni Torgan (PFL-CE), relator da CPI, anteontem o empresário foi indiciado sob as acusações de formação de quadrilha, auxílio ao narcotráfico, sonegação fiscal, corrupção ativa e falso testemunho, entre outros crimes.
Ele é irmão de Willian Sozza, empresário que está foragido e é acusado de envolvimento com o tráfico de drogas e de chefiar o crime organizado na região de Campinas.
De acordo com Tuma, Eduardo Sozza ainda teve seus bens bloqueados. A medida também atingiu Willian e outro irmão, Marco Aurelio Sozza.
Eduardo Sozza foi a sexta pessoa a ser ouvida pela CPI em São Paulo no seu primeiro dia de trabalhos em São Paulo. Seu depoimento aconteceu entre 20h e 21h30 de anteontem, terça-feira. Logo em seguida, segundo Tuma, ele foi indiciado.
De acordo com o deputado paulista, todas as provas contra Eduardo já foram encaminhadas ao Ministério Público. A CPI aguardava o pedido de prisão preventiva do empresário de Campinas ontem.
Segundo Tuma, Eduardo e Marco Aurélio são donos da transportadora Dogcenter. Os dois, segundo Torgan, têm uma conta na agência Unibanco de Campinas.
Eduardo afirmou à CPI ter declarado uma renda de R$ 13 mil no ano passado. Ele teve seu sigilo bancário quebrado quando os deputados estiveram em Campinas, em novembro.
Na época, 22 policiais foram citados como suspeitos de envolvimento com o crime organizado na região. Dois investigadores foram demitidos e o restante foi remanejado de função, mas continua na polícia. Seis pessoas foram presas, mas já foram soltas.
Com base no levantamento, descobriu-se uma movimentação de cheque nos valores de R$ 90 mil e R$ 100 mil.
Torgan informou ainda que o empresário, que negou todas as acusações durante seu depoimento, é suspeito de lavagem de dinheiro.



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