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Empresário leva a deputados relatório de extorsão
RAFAEL GARCIA
da Folha Online
O empresário do setor de informática Wagner Penhalves encaminhou à CPI relatório com denúncias contra policiais do Depatri (Departamento de Investigação sobre Crimes contra o Patrimônio) e da Polícia Civil de Praia
Grande (litoral sul de São Paulo).
Entre as principais acusações
feitas pelo empresário estão roubo e tentativa de extorsão de dinheiro. Penhalves é investigado
sob suspeita de estelionato.
Dois dos policiais denunciados
têm nomes que coincidem com
os da lista fornecida pelo ex-informante Laércio Cunha (nome falso) à CPI do Narcotráfico, quando ela esteve no Rio.
São os agentes do Depatri Alexandre Francisco Ribeiro da Costa e Marcos Pereira, conhecidos
como Farofa e Marcão. Ambos
são subordinados do delegado
Edson Soares.
Penhalves disse que foi escolhido como vítima de extorsão porque era proprietário de uma empresa com sede no Paraguai, a
VIPP Informática. A firma, que
importava componentes de computadores e os revendia em Ciudad del Este, foi vendida em 1996.
O empresário conta que foi
abordado pelos policiais pela primeira vez em setembro de 1998,
quando chegava de viagem, no
aeroporto de Guarulhos. Foi detido por Farofa e Marcão sob a alegação de que seu carro, um Mercedes SLK, tinha problemas na
documentação.
Após a abordagem, Penhalves
foi levado à sede do Depatri, na
zona norte de São Paulo, onde lhe
foram mostrados documentos da
VIPP, que apresentavam supostas irregularidades.
"Os documentos eram da gestão posterior à minha e, ainda assim, não tinham problema. Eles
ameaçaram me indiciar e pediram R$ 300 mil para me livrar do
processo", disse o empresário.
Penhalves afirmou que se recusou a pagar, mas deu R$ 5.000,
posteriormente, para conseguir a
liberação de seu carro. Segundo
ele, os policiais não voltaram a
mencionar problemas com o veículo, mas ameaçaram criar entraves burocráticos para retê-lo no
pátio do Depatri.
Após o ocorrido, foi instaurado
inquérito criminal contra o empresário. Ele não chegou a denunciar a tentativa de extorsão formalmente, mas mencionou o fato
no processo em que é réu, citando
os nomes dos dois policiais.
"Todos os advogados que eu tive nesse período recomendaram
não denunciá-los à Corregedoria,
com medo de represálias."
Para o empresário, "provas forjadas" foram usadas para acusá-lo de fraudar cartões de crédito e
estelionato e levá-lo à prisão.
A Corregedoria da Polícia Civil
disse que vai apurar as denúncias
feitas por Penhalves. O delegado
do órgão Antônio do Carmo Freire reprovou a atitude do empresário, que ir à CPI antes de entregar
os nomes dos policiais à Corregedoria. "Se a CPI não viesse para
São Paulo, ia passar batido? Deveria ter feito a denúncia para a gente no mesmo dia."
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