São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 2000


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SAÚDE
Região de Campinas tem novo aumento de 20% no número de doentes em uma semana; total vai a 534
Casos de meningite não param de crescer

RAQUEL LIMA
free-lance para a Folha Campinas

A região de Campinas registrou mais 86 casos confirmados de meningite viral e soma, nos três primeiros meses deste ano, um total de 534 pacientes com a doença, segundo o CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica) da Secretaria de Estado da Saúde.
O número de casos da doença no primeiro trimestre deste ano é 174% maior em comparação com o registrado no mesmo período do ano passado.
Com os novos casos, houve um aumento de 20% no total de pacientes em relação ao balanço divulgado na semana passada pelo CVE -quando a região somava 448 registros da doença.
A cada balanço semanal, o total de casos tem aumentado em torno de 20%, apesar da previsão da DIR-12 (Direção Regional de Saúde) de que havia tendência de redução nos números.
Em 11 dias, o número de casos praticamente dobrou, indo de 276 em 21 de março para os 534.
Segundo a coordenadora da DIR-12 de Campinas, Maria Filomena Gouveia Vilela, até ontem a direção não havia recebido nenhuma notificação da doença neste mês.
Maria Filomena informou que ainda não foi detectado o agente causador do surto de meningite viral na região de Campinas.
Segundo ela, o resultado das análises do Instituto Adolfo Lutz deve sair nos próximos dias.
Maria Filomena disse que o crescimento no número de casos das doença ainda dentro do padrão de normalidade e que não há razão para pânico.
O município de Campinas tem o maior número de casos de meningite viral da região, com 218 pacientes.
Em seguida, aparecem as cidades de Sumaré (49 casos) e Americana (45 casos).

Suspeita
A Secretaria de Estado da Saúde analisa a possibilidade de a vacina contra a febre amarela estar relacionada com o surto de meningite viral na região de Campinas.
O número de pacientes com a doença na região aumentou no mesmo período da campanha contra a febre amarela.
A vacinação ocorreu entre 5 de fevereiro e 3 de março, e cerca de 2 milhões de pessoas foram imunizados.
O instituto analisa amostras retiradas dos doentes para verificar se há relação entre o surto e a vacina contra a febre amarela.
A vacina também é investigada por um comitê internacional formado pela Ministério da Saúde, por meio da Funasa (Fundação Nacional da Saúde).
A investigação se deve à morte da costureira Kate Cristina Ramos, de Americana, em fevereiro, por reação à vacina.



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