São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 2000


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Laboratórios não conseguem justificar preços dos remédios

VALÉRIA DE OLIVEIRA
free-lance para a Folha

Os diretores de sete laboratórios que depuseram ontem na CPI dos Medicamentos não souberam explicar as razões de os remédios custarem caro no país nem de as matérias-primas de seus produtos serem adquiridas com diferenças de até 1.400% entre uma empresa importadora e outra.
Os deputados acreditam que há superfaturamento e que ele é feito pelas empresas com o objetivo de enviar dinheiro de forma ilegal aos países de origem dos laboratórios estrangeiros. Outro motivo seria inflar a planilha de custos que tem de ser apresentada ao Ministério da Fazenda para justificar os aumentos de preços que são feitos em medicamentos.
Os parlamentares reclamaram de não ter todas as informações conseguidas com as quebras de sigilos bancário e fiscal para que pudessem inquirir os executivos. As informações ainda estão em fase de análise.
Na sessão, a deputada Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) perguntou ao diretor do laboratório Bayer se ele não sabia que era contra a Lei dos Genéricos dar um desconto de 50% (mecanismo chamado no setor de bonificação) num medicamento e exigir que a receita tivesse determinado carimbo. "Isso não é empurroterapia com os médicos?", disse ela ao diretor Javier Cantarell.
Cantarell disse que a promoção, da qual a deputada tinha fotocópias, foi feita quando a lei ainda não estava em vigor. Grazziotin mostrou que a lei já valia.
Todos os dirigentes dos laboratórios negaram categoricamente ter participado de um cartel que a CPI entende que foi formado contra remédios genéricos no país.
O deputado Geraldo Magela (PT-DF) disse que vai pedir a prorrogação da CPI nos próximos dias para que ela possa concluir seus trabalhos.


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