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Laboratórios não conseguem justificar preços dos remédios
VALÉRIA DE OLIVEIRA
free-lance para a Folha
Os diretores de sete laboratórios
que depuseram ontem na CPI dos
Medicamentos não souberam explicar as razões de os remédios
custarem caro no país nem de as
matérias-primas de seus produtos serem adquiridas com diferenças de até 1.400% entre uma
empresa importadora e outra.
Os deputados acreditam que há
superfaturamento e que ele é feito
pelas empresas com o objetivo de
enviar dinheiro de forma ilegal
aos países de origem dos laboratórios estrangeiros. Outro motivo
seria inflar a planilha de custos
que tem de ser apresentada ao
Ministério da Fazenda para justificar os aumentos de preços que
são feitos em medicamentos.
Os parlamentares reclamaram
de não ter todas as informações
conseguidas com as quebras de
sigilos bancário e fiscal para que
pudessem inquirir os executivos.
As informações ainda estão em
fase de análise.
Na sessão, a deputada Vanessa
Grazziotin (PC do B-AM) perguntou ao diretor do laboratório
Bayer se ele não sabia que era contra a Lei dos Genéricos dar um
desconto de 50% (mecanismo
chamado no setor de bonificação)
num medicamento e exigir que a
receita tivesse determinado carimbo. "Isso não é empurroterapia com os médicos?", disse ela ao
diretor Javier Cantarell.
Cantarell disse que a promoção,
da qual a deputada tinha fotocópias, foi feita quando a lei ainda
não estava em vigor. Grazziotin
mostrou que a lei já valia.
Todos os dirigentes dos laboratórios negaram categoricamente
ter participado de um cartel que a
CPI entende que foi formado contra remédios genéricos no país.
O deputado Geraldo Magela
(PT-DF) disse que vai pedir a
prorrogação da CPI nos próximos dias para que ela possa concluir seus trabalhos.
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