São Paulo, segunda, 13 de abril de 1998

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VIOLÊNCIA
Crime foi em Jacareí (SP), cinco dias após morte de professora; polícia acha que caso tem ligação com tráfico
Casal é morto com tiros de espingarda

da Folha Vale

Um casal foi morto em Jacareí (68 km a leste de São Paulo) na madrugada de ontem com tiros de espingarda calibre 12 no rosto.
Segundo o delegado-seccional de Jacareí, Roberto Monteiro de Andrade Júnior, o caso deve ter ligação com o tráfico de drogas.
"Os traficantes matam sempre do mesmo jeito para mostrar quem cometeu o crime. É como se fosse uma assinatura", disse.
O duplo homicídio aconteceu cinco dias depois da morte da professora Beatriz Junqueira da Silveira Santos, que, de acordo com a polícia, também pode ter ligações com o tráfico de drogas.
Com a ocorrência de ontem, Jacareí passa a registrar três homicídios em apenas 13 dias. Por mês, ocorrem em média cinco assassinatos na cidade, de acordo com a Polícia Civil.
O crime
O vendedor Márcio Roberto Damaceno, 22, e Nilcéia Caetana dos Santos, 18, foram assassinados na casa onde moravam, no bairro Rio Comprido, periferia da cidade. A polícia ainda não tem suspeita de quem tenha cometido o crime.
Na hora da ocorrência, os tiros foram ouvidos pelos vizinhos, que tentaram socorrer as vítimas e avisaram a polícia. Damaceno e Nilcéia morreram no local.
A polícia ainda está apurando se foi roubado alguma coisa da casa onde morava o casal.
Tráfico
O delegado-seccional Andrade Júnior afirma que cerca de 90% dos homicídios em Jacareí ocorrem devido ao tráfico. "Mortes por outros motivos são raras", afirmou o delegado.
Em março, a Polícia Civil da cidade contabilizou cinco homicídios. Andrade Júnior afirma que a ocorrência de três assassinatos em apenas cinco dias não é normal.
"O alto número de crimes registrados nesses dias é uma exceção à regra da cidade", disse.
Andrade afirma que não pretende aumentar o número de policiais no combate ao tráfico.
Segundo ele, as equipes da Dise (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes) já estão fazendo um trabalho intensivo de repressão e prevenção.
No mês passado foi apreendido 1,1 kg de maconha, a maior apreensão do ano.
A média mensal é de 30 flagrantes, segundo o delegado.



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