São Paulo, segunda-feira, 13 de maio de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MORADIA

Grupos deixam terreno da CPTM e prédio da Encol; direção da Caixa Econômica Federal atenderá manifestantes

Sem-teto decidem desocupar duas áreas

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os sem-teto que fizeram uma megainvasão em São Paulo, a maior ação do grupo desde 1999, permaneciam ontem em apenas cinco das oito áreas invadidas na madrugada de anteontem.
Depois de serem retirados pela PM, minutos após a mobilização, de um terreno particular na zona sul, eles deixaram na manhã de ontem, por vontade própria, um terreno vazio repassado pela Rede Ferroviária Federal para a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), perto da estação Jaraguá, na zona oeste, e um prédio inacabado da Encol, em Santa Cecília, no centro.
Os líderes da UMM (União dos Movimentos de Moradia), responsável pela ação, disseram que as duas invasões eram "simbólicas", sem infra-estrutura, não havendo intenção de adquiri-las para a moradia dos sem-teto.
Anteontem à tarde, eles receberam uma ligação de um diretor da Caixa Econômica Federal, que sugeriu a realização de um encontro amanhã, em Brasília. Um dos edifício invadidos, na praça Roosevelt, é da instituição. Segundo Evaniza Rodrigues, da UMM, a Caixa informou que eles terão "boas notícias" na reunião.
Dos 5.000 sem-teto que participaram da megainvasão, a estimativa é que 3.500 permaneciam ontem, em sistema de revezamento, nos cinco prédios ocupados.
Um edifício da rua Conselheiro Crispiniano, que já abrigou uma loja da rede Marisa, apresentava as maiores dificuldades aos sem-teto em razão da falta de água.
Mais de 70% dos sem-teto que participaram da mobilização são mulheres. Ontem, houve almoço em comemoração do Dia das Mães nas áreas invadidas.
À tarde, em torno de 400 sem-teto se reuniram na praça Roosevelt para fazer um balanço do movimento. Um ônibus sairá hoje em direção a Brasília levando representantes da UMM que se reunirão com a diretoria da Caixa e participarão, na quarta, de uma audiência para a criação do Fundo Nacional de Moradia Popular.
Além do prédio da Caixa e da Marisa, permaneciam invadidos ontem dois edifícios públicos -do INSS e do Banco do Brasil- e um particular, na zona norte.



Texto Anterior: Violência: Passeata pela paz causa tumulto no Rio
Próximo Texto: Líderes usaram internet para fazer invasão
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.