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MORADIA
Grupos deixam terreno da CPTM e prédio da Encol; direção da Caixa Econômica Federal atenderá manifestantes
Sem-teto decidem desocupar duas áreas
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os sem-teto que fizeram uma
megainvasão em São Paulo, a
maior ação do grupo desde 1999,
permaneciam ontem em apenas
cinco das oito áreas invadidas na
madrugada de anteontem.
Depois de serem retirados pela
PM, minutos após a mobilização,
de um terreno particular na zona
sul, eles deixaram na manhã de
ontem, por vontade própria, um
terreno vazio repassado pela Rede
Ferroviária Federal para a CPTM
(Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos), perto da estação
Jaraguá, na zona oeste, e um prédio inacabado da Encol, em Santa
Cecília, no centro.
Os líderes da UMM (União dos
Movimentos de Moradia), responsável pela ação, disseram que
as duas invasões eram "simbólicas", sem infra-estrutura, não havendo intenção de adquiri-las para a moradia dos sem-teto.
Anteontem à tarde, eles receberam uma ligação de um diretor da
Caixa Econômica Federal, que sugeriu a realização de um encontro
amanhã, em Brasília. Um dos edifício invadidos, na praça Roosevelt, é da instituição. Segundo
Evaniza Rodrigues, da UMM, a
Caixa informou que eles terão
"boas notícias" na reunião.
Dos 5.000 sem-teto que participaram da megainvasão, a estimativa é que 3.500 permaneciam ontem, em sistema de revezamento,
nos cinco prédios ocupados.
Um edifício da rua Conselheiro
Crispiniano, que já abrigou uma
loja da rede Marisa, apresentava
as maiores dificuldades aos sem-teto em razão da falta de água.
Mais de 70% dos sem-teto que
participaram da mobilização são
mulheres. Ontem, houve almoço
em comemoração do Dia das
Mães nas áreas invadidas.
À tarde, em torno de 400 sem-teto se reuniram na praça Roosevelt para fazer um balanço do movimento. Um ônibus sairá hoje
em direção a Brasília levando representantes da UMM que se reunirão com a diretoria da Caixa e
participarão, na quarta, de uma
audiência para a criação do Fundo Nacional de Moradia Popular.
Além do prédio da Caixa e da
Marisa, permaneciam invadidos
ontem dois edifícios públicos
-do INSS e do Banco do Brasil-
e um particular, na zona norte.
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