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Líderes usaram internet para fazer invasão
DA REPORTAGEM LOCAL
Não foi só a maior quantidade de áreas já invadidas simultaneamente pelos sem-teto em São Paulo. A ação realizada na
madrugada de anteontem também entrou para a história do
movimento porque, pela primeira vez, a internet teve papel
determinante em pelo menos
uma das oito invasões.
A estratégia de invasão de um
prédio do Banco do Brasil, na
rua Capitão Pacheco e Chaves,
875, na Vila Prudente, foi delineada a partir de informações
disponibilizadas em um site de
leilões na rede mundial.
Foi assim que os líderes da
UMM monitoraram a tentativa
fracassada de leilão do edifício
de quatro pavimentos, onde já
funcionou uma agência bancária, pelo preço mínimo de R$
923,3 mil. "Vamos aproveitar
cada vez mais essas ferramentas", disse Evaniza Rodrigues,
líder da invasão dos 800 sem-teto da zona leste ao prédio.
Além da descrição do terreno
e do tamanho da área, a UMM
conseguiu na internet a matrícula do edifício. Assim, confirmaram que ele não havia sido
comprado e descobriram um
atraso de três meses do IPTU,
no valor de R$ 12.899.
A invasão na Vila Prudente
foi acompanhada pela Folha e
teve na linha de frente um ex-líder do MST do Mato Grosso,
Luiz R.R., 36.
O padre Renato Lanfranchi,
46, voltou ontem ao local, onde
fez uma celebração em homenagem do Dia das Mães. Ele foi
preso na invasão pelo sargento
Milton Justi, da PM, com quem
teve uma luta corporal. "Depois ficou tudo bem. Ele disse
que era católico e que tinha se
arrependido por agredir um
padre", contou. Justi também
quebrou o flash da máquina do
repórter-fotográfico da Folha e
reteve o equipamento por meia
hora.(AI)
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