São Paulo, sábado, 13 de junho de 1998

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Preparativos incluem voluntariado, exames e sala adaptada com TV

Sérgio Lima/Folha Imagem
Professor Paulo Watrin faz exames médicos no Hospital Universitário da UnB para participar de greve de fome prevista para segunda-feira


da Sucursal de Brasília

A greve de fome dos professores das federais, em princípio planejada para começar segunda-feira e ter duração indeterminada, contou com preparação minuciosa, que incluiu esforço de divulgação para dar visibilidade ao movimento.
Os preparativos começaram na semana passada, quando a categoria anunciou a iniciativa.
Na agenda da greve para a próxima semana, há atos na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e várias assembléias. Para este fim-de-semana, os professores programaram a conclusão de uma carta aberta criticando o governo, apresentando suas reivindicações e divulgando a decisão de fazer a greve de fome.
Decidiu-se distribuir o documento à imprensa, embaixadas e entidades de defesa dos trabalhadores.
Ontem à tarde, já estava tudo acertado para que 25 professores universitários de 14 universidades federais começassem a greve, visando pressionar o governo a pagar os salários retidos.
Durante o dia, sete voluntários fizeram testes médicos em Brasília. Passaram por exames de sangue, de urina e de clínica geral e foram aprovados pelos médicos do Hospital Universitário.
Desde o princípio, a idéia era propiciar acompanhamento médico, psicológico e nutricional durante o período sem comida. "Temos um objetivo final que é sensibilizar, mas não vamos esquecer da saúde", disse Antônio Sebben, do comando de greve.
Água e repouso
Para o período da greve de fome, foi planejado que os voluntários ficariam acomodados em uma sala adaptada com televisão, o auditório Dois Candangos, da UnB (Universidade de Brasília).
Na dieta, só água -o que exige modificação da atividade cotidiana, que fica limitada ao repouso absoluto.
Enquanto faziam os exames, os voluntários demonstraram bom humor e descartaram a possibilidade de revezamento.
"É um ato radical para reagir contra a capacidade de simulação deste governo, que diz ser favorável ao diálogo, mas evita negociar conosco", disse a voluntária Alai Diniz, professora da Universidade de Santa Catarina. (RENATA GIRALDI)


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