São Paulo, sexta-feira, 13 de julho de 2007

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Peritos divergem sobre conclusão dos laudos oficiais

DA SUCURSAL DO RIO

Após analisarem, a pedido da Folha, laudos cadavéricos oficiais dos 19 mortos pela polícia no complexo do Alemão (zona norte do Rio) no dia 27, os médicos-legistas José Eduardo Silva Reis e Mauro Ricart tiveram conclusões opostas.
Para Reis, policiais mataram pessoas já subjugadas, que não participavam de enfrentamentos. "Não tenho dúvida alguma de que houve execuções."
Na opinião de Ricart, que foi diretor do Instituto de Criminalística Carlos Éboli da Polícia Civil do Rio, mesmo os ferimentos identificados como de curta distância não são suficientes para caracterizar assassinatos sem resistência. Ricart avalia que os dados são insuficientes para se falar em morte por uso abusivo de força. "Não dá para falar em execuções."
Já para Reis, os laudos sugerem morte sem legítima defesa. "Tudo, para mim, aponta isso, não tenho dúvida", disse ele, que é diretor de Promoção e Assistência de Saúde do governo do Distrito Federal.
Assim como o perito independente Odoroilton Larocca Quinto, que examinou os laudos a pedido da Ordem dos Advogados do Brasil, Reis criticou os procedimentos adotados no IML (Instituto Médico Legal). Segundo ele, os projéteis não foram retirados dos corpos e também não foram feitas radiografias nem perícias nos locais onde ocorreram as mortes. O IML não quis comentar. (RAPHAEL GOMIDE e SERGIO TORRES)


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