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"Médico é o mais difícil de tratar"
da Reportagem Local
"O médico é o paciente mais difícil de tratar", disseram os cardiologistas Mauricio Vajn Garden
e Bernardino Tranchesi, ao saber
da pesquisa no Incor.
Os médicos entrevistados pelo
estudo demonstraram preocupar-se bem menos que os outros
profissionais em ser bons pacientes. Enquanto 62,5% dos advogados e 43,1% dos engenheiros disseram estar muito preocupados,
26,4% dos médicos fizeram a afirmação, e 41,5% deles disseram se
importar pouco com isso.
A relação entre o médico e o paciente-médico é um dos pontos
mais importantes da pesquisa. "A
inversão de papéis é terrível", diz
Vajn Garden. Para Alexandrina,
nesse momento, o médico (acostumado a controlar a situação)
perde o seu poder. "Fica difícil
agir como paciente normal".
Uma das provas disso é o alto índice de automedicação apontado
pela pesquisa. Outro dado que
mostra a fragilidade dessa relação
é a desconfiança do médico em relação ao tratamento prescrito.
Eles foram os que menos afirmaram confiar muito na prescrição
do médico. "Não é raro ver um
paciente-médico mudar a prescrição que recebeu," diz o cardiologista Bernardino Tranchesi.
Apesar disso, os médicos consideram "uma honra" ser procurado por um colega. "Eu me desdobro mais quando atendo um médico, pois sei que se ele me escolheu é porque me considera bom
profissional", diz Vajn Garden.
Uma das sugestões da pesquisa é
que o médico seja mais consciente
das dificuldades que enfrenta um
colega enfermo.
(MGs)
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