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Projeto de lei sobre
sangue está parado
ROGÉRIO SIMÕES
da Reportagem Local
Um projeto de lei que regulamenta o controle do sangue e de
seus derivados no país aguarda há
seis anos sua aprovação na Câmara dos Deputados.
De autoria do deputado Roberto
Jefferson (PTB-RJ), o projeto chegou apenas no ano passado à Comissão de Seguridade Social e Família, onde foi modificado pelo relator Sérgio Arouca (PPS-RJ).
Esse substitutivo está, há quatro
meses, na Comissão de Constituição e Justiça. "Se a Câmara quer
fazer uma homenagem ao Betinho, que aprove a lei", diz Arouca.
O projeto regulamenta a última
parte do parágrafo 4º do artigo 199
da Constituição Federal, que proíbe todo tipo de comercialização de
sangue e derivados.
Devido à falta de regulamentação, o governo editou no ano passado portarias que obrigam a realização de exames no material distribuído por bancos de sangue.
"Melhorou muito", diz Arouca.
"Mas as portarias não dão conta
da totalidade."
Além do "direito à informação
sobre a origem e procedência do
sangue", o projeto prevê testes individuais "de cada amostra ou
unidade de sangue coletada".
O projeto de lei ainda cria o Sinasan (Sistema Nacional de Sangue,
Componentes e Derivados).
Para o presidente da Fundação
Pró-Sangue Hemocentro de São
Paulo, Dalton Chamone, as recentes portarias do governo asseguraram uma legislação abrangente.
"Nossas leis do sangue são tão
boas ou melhores que as americanas", afirma. Chamone diz que o
grande desafio ainda é no âmbito
da fiscalização.
O presidente da Fundação
Pró-Sangue diz que, no Estado de
São Paulo, a qualidade do sangue
utilizado em tranfusões está assegurada. "Não há a mínima dúvida
de que aqui é muito seguro", diz.
A presidente da Federação Brasileira de Hemofilia, Maria Cecília C.
Magalhães Pinto, afirma que houve avanços, mas também questiona o cumprimento da legislação.
"A melhora foi significativa",
diz. "Mas ainda não temos um
quadro de segurança absoluta."
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