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SAÚDE MENTAL
Ministério da Saúde quer saber das condições dos internos e estimular o atendimento extra-hospitalar
Censo vai mostrar o perfil dos pacientes
DA ENVIADA ESPECIAL A SALVADOR
O Ministério da Saúde vai começar a realizar a partir deste mês
uma espécie de censo dos pacientes mentais internados em todos
os hospitais credenciados ao SUS
(Sistema Único de Saúde).
O objetivo, explica Renilson Rehem, secretário nacional de Assistência à Saúde, é conhecer o perfil
dos pacientes e fazer um levantamento dos serviços oferecidos pelos municípios.
A intenção é que as prefeituras
ofereçam uma rede de serviços
extra-hospitalares (Centros de
Atenção Psicossocial) e casas (tipo repúblicas) para abrigar os pacientes considerados crônicos.
A construção dessa rede seria
com recursos que hoje são destinados ao pagamento de internações hospitalares.
"Há o reconhecimento explícito
de que houve avanço na área de
saúde mental, mas que esse processo precisa ser retomado", afirma Rehem. Ele diz esperar por
"alguma" resistência por parte
dos hospitais.
Segundo ele, o governo já tomou providências para viabilizar
a mudança. Uma delas é a fixação
de uma diária de R$ 28,00 para o
hospital-dia (instituição para onde o paciente vai só para tomar
medicamento, voltando em seguida para casa). Para a internação tradicional, o valor da diária é
de R$ 24,00. Com isso, o governo
espera reduzir as internações desnecessárias. Rehem reconhece
que há desperdícios atualmente.
Segundo o secretário, entre 95 e
99 os atendimentos em hospitais-dia aumentaram 163%. Nesse
mesmo período, as internações
em hospitais psiquiátricos tradicionais caíram mais de 50% em
alguns Estados, como São Paulo.
Para secretário, a edição da portaria 106 -que permite o tratamento domiciliar com recursos
do SUS, mas ainda não foi regulamentada- cria alternativas para
os pacientes crônicos que não têm
onde morar.
Além de transferir os recursos
das internações para formas alternativas de tratamento, o ministério, diz Rehem, manterá uma verba para a aquisição de medicamentos específicos do setor.
Outra prioridade do ministério
será criar políticas de atendimento para alcoólatras e usuários de
drogas, que hoje são encaminhados para hospitais psiquiátricos.
O primeiro passo para melhorar
os hospitais psiquiátricos foi a
edição, em 92, da portaria 224,
que estabeleceu normas mínimas
para o funcionamento dos hospitais, como a fixação do número de
médicos, e acabou levando ao fechamento de instituições em condições precárias.
(GA)
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