São Paulo, terça-feira, 13 de agosto de 2002

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POLÍCIA FORA DA LEI

Em nota, entidade diz que acusações não eram contra secretário

Carta gera crise entre Estado e OAB

DA REPORTAGEM LOCAL

A divulgação pela OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil) da carta de um preso ex-colaborador da Polícia Militar, na qual ele afirma ter mantido contato com o secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, provocou uma crise entre a entidade e o governo do Estado.
Ontem, a OAB divulgou nota na qual afirma não ter feito "acusações contra o secretário", mas apenas solicitado uma investigação de "indícios de ilegalidade no recrutamento de presos".
A nota de ontem, assinada pelo presidente da OAB-SP, Carlos Miguel Aidar, é bem mais amena do que o documento divulgado há uma semana, em entrevista coletiva com a presença de entidades de direitos humanos e advogados.
Essa documentação, incluindo a carta do preso, motivou o Tribunal de Justiça a abrir investigação sobre o envolvimento do secretário e de dois juízes. Na carta, o ex-colaborador do Gradi (Grupo de Repressão e Análise dos Delitos de Intolerância) da PM disse que manteve dois contatos com o secretário e que Abreu Filho sabia da infiltração de presos.
No governo, a nota foi interpretada como um recuo da OAB. A reportagem não conseguiu localizar Carlos Miguel Aidar.
Ontem, a juíza Ivana David Boriero foi indicada para chefiar o Dipo (Departamento de Inquérito Policiais), no lugar do juiz Maurício Lemos Porto Alves, afastado da função para a investigação do caso.
Entidades de direitos humanos se reúnem hoje para discutir um pedido de afastamento de Abreu Filho, a ser enviado ao governo. Também será avaliada a denúncia do caso a órgãos internacionais.


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