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CEARÁ
Suposta mãe teria sofrido um aborto em abril; no fim de julho, maternidade a avisou que a criança estava bem e já poderia sair
Após 3 meses, hospital diz que bebê está vivo
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
A Maternidade-Escola Assis
Chateaubriand, de Fortaleza
(CE), informou que um bebê tido
como morto desde abril estaria,
na verdade, vivo.
A suposta mãe, a auxiliar de
contabilidade Maria do Socorro
Morais Amador, 30, retirou ontem sangue para o exame de DNA
para confirmar a maternidade. O
resultado deve sair dentro de três
ou quatro semanas.
A UFC (Universidade Federal
do Ceará), que administra a maternidade, abriu ontem uma sindicância para apurar os fatos.
Maria do Socorro estava entrando no quinto mês de gestação
quando teria sofrido um aborto
natural, no dia 13 de abril.
Só no dia 23 de julho, mais de
três meses depois, funcionários
do hospital telefonaram para informá-la de que o bebê, batizado
pelas enfermeiras de Gabriel, estaria vivo, na unidade semi-intensiva, pesando 1,8 kg e que já poderia sair. A informação, porém, só
veio a público no último final de
semana, quando Maria do Socorro decidiu fazer a denúncia. "Foi
um choque. Como essa criança
dita como morta apareceu?"
"Durante todo esse tempo, não
recebi um telefonema dizendo
que o bebê estivesse vivo."
Para um recém-nascido tão prematuro sobreviver é necessário
que passe um longo período na
incubadora da UTI neonatal.
Maria do Socorro afirma que
primeiro quer saber o resultado
do exame de DNA para, posteriormente, caso confirme que o
bebê é seu filho, processar judicialmente a direção do hospital.
O diretor clínico da Maternidade-Escola, Manoel Oliveira, não
foi achado para falar sobre o caso.
Ontem, a direção da maternidade entregou à reitoria da UFC um
relatório sobre o que teria ocorrido. O texto não foi divulgado. A
maternidade não deu explicações
sobre o que poderia ter acontecido. O exame de DNA será feito
por um laboratório particular em
Minas Gerais. Todas as despesas
estão sendo pagas pela UFC.
Mortes
Na mesma maternidade, nas
duas primeiras semanas de junho
deste ano, 15 bebês morreram na
UTI neonatal por infecção hospitalar causada pela superlotação.
Em uma das salas da UTI, onde
estavam internados 15 bebês, 13
morreram.
Situação semelhante ocorreu
em 96, quando 65 recém-nascidos
morreram por causa da superlotação em apenas 30 dias. Até agora, nos dois casos, ninguém foi responsabilizado.
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