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Professores da UFRJ decidem encerrar greve
DA SUCURSAL DO RIO
Os professores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) decidiram ontem encerrar a
greve iniciada há 36 dias contra a
proposta de reforma da Previdência enviada pelo governo federal
ao Congresso. A reforma foi aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados, na semana
passada.
Os professores que estavam
contrários à paralisação conseguiram mobilizar um número
maior de docentes que votaram
na assembléia da ADUFRJ (Seção
Sindical dos Docentes da UFRJ)
pela saída imediata da greve. A
votação foi apertada: 80 professores foram favoráveis ao fim da
greve, contra 74 que queriam a
continuidade da paralisação.
A insatisfação de parte dos professores da UFRJ com a greve já
havia sido manifestada em um
abaixo assinado que circulava na
internet com mais de 200 assinaturas, entre elas as do antropólogo Gilberto Velho e do historiador
José Murilo de Carvalho.
O primeiro nome do abaixo-assinado é da professora Ivana Bentes, da Escola de Comunicação da
UFRJ. "A greve, da maneira como
foi colocada, era uma recusa à discussão da reforma da Previdência. A imagem da universidade
pública já está desgastada por
causa das últimas greves. Como o
Estado não deixa de ganhar com a
paralisação, a gente está prejudicando apenas os professores e os
alunos", afirmou Bentes.
A presidente da ADUFRJ, Cleusa Santos, defendeu a manutenção da paralisação porque, na sua
avaliação, ainda era possível pressionar os congressistas a modificar a reforma: "O comando local
de greve tinha encaminhado para
a assembléia a proposta de manutenção do movimento, tendo em
vista a votação em segundo turno
da proposta de reforma da Previdência no Congresso".
Ela afirma, no entanto, que a
ADUFRJ voltará a discutir uma
nova paralisação para o dia da votação da reforma no segundo turno. "Nós continuamos contrários
à proposta porque entendemos
que ela vai atingir os trabalhadores e não vai afetar os banqueiros,
o capital financeiro e os fundos de
pensão", disse.
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