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São Paulo, quarta-feira, 13 de agosto de 2003

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Professores da UFRJ decidem encerrar greve

DA SUCURSAL DO RIO

Os professores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) decidiram ontem encerrar a greve iniciada há 36 dias contra a proposta de reforma da Previdência enviada pelo governo federal ao Congresso. A reforma foi aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados, na semana passada.
Os professores que estavam contrários à paralisação conseguiram mobilizar um número maior de docentes que votaram na assembléia da ADUFRJ (Seção Sindical dos Docentes da UFRJ) pela saída imediata da greve. A votação foi apertada: 80 professores foram favoráveis ao fim da greve, contra 74 que queriam a continuidade da paralisação.
A insatisfação de parte dos professores da UFRJ com a greve já havia sido manifestada em um abaixo assinado que circulava na internet com mais de 200 assinaturas, entre elas as do antropólogo Gilberto Velho e do historiador José Murilo de Carvalho.
O primeiro nome do abaixo-assinado é da professora Ivana Bentes, da Escola de Comunicação da UFRJ. "A greve, da maneira como foi colocada, era uma recusa à discussão da reforma da Previdência. A imagem da universidade pública já está desgastada por causa das últimas greves. Como o Estado não deixa de ganhar com a paralisação, a gente está prejudicando apenas os professores e os alunos", afirmou Bentes.
A presidente da ADUFRJ, Cleusa Santos, defendeu a manutenção da paralisação porque, na sua avaliação, ainda era possível pressionar os congressistas a modificar a reforma: "O comando local de greve tinha encaminhado para a assembléia a proposta de manutenção do movimento, tendo em vista a votação em segundo turno da proposta de reforma da Previdência no Congresso".
Ela afirma, no entanto, que a ADUFRJ voltará a discutir uma nova paralisação para o dia da votação da reforma no segundo turno. "Nós continuamos contrários à proposta porque entendemos que ela vai atingir os trabalhadores e não vai afetar os banqueiros, o capital financeiro e os fundos de pensão", disse.


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