MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

A mãe do brasileiro preso na Indonésia no sábado dia 31 sob acusação de tráfico internacional de drogas, empresária Clarice Gularte, viajou ontem de Curitiba para São Paulo, de onde embarcaria para Jacarta, capital daquele país, para tentar encontrar com o filho no domingo.
Rodrigo Gularte, 32, é acusado pela polícia indonésia de tentar entrar no país com 6 kg de cocaína dentro de pranchas de surfe. A legislação indonésia prevê morte por fuzilamento como pena máxima para condenados por narcotráfico internacional.
A viagem de Clarice Gularte foi precedida de negociações com o Itamaraty e a Embaixada do Brasil na Indonésia. O vice-cônsul do Brasil visitou o rapaz na segunda-feira e disse à família que ele recebe tratamento satisfatório na prisão. Um advogado público indonésio também acompanha o caso.
A mãe embarcaria ontem à noite em um vôo internacional em Cumbica (SP) com destino a Johannesburgo (África do Sul), e de lá tomaria outro avião para a ilha de Java, onde se encontra Jacarta. Ela e uma sobrinha -a fotógrafa Angelita Muxselfdt, que a acompanha- vão repetir o trajeto que Rodrigo percorreu, em 49 horas de vôo, até ser preso dia 31.
Ao deixar Curitiba, onde mora a família, ele disse que pretendia passar algumas semanas surfando em Bali -ilha indonésia mais famosa. O surfista morava em Florianópolis, onde freqüentou um curso de administração.
O advogado César Augusto de Carvalho -primo de Rodrigo e quem coordena as ações para defesa do surfista no Brasil- disse que a esperança da família é tentar provar à Justiça indonésia que Rodrigo é inocente.
"A despeito do erro que possa ter feito, ele não é um narcotraficante internacional." Carvalho também disse que, na hipótese de condenação, a expectativa é que Rodrigo receba uma pena branda.
O irmão Cássio Gularte, 35, disse ontem que Rodrigo já fez tratamento psicológico por uso de drogas. "Ele esteve internado por causa da dependência." Além de Cássio, Rodrigo tem uma irmã, Ana, 38. Os pais são divorciados. Rubens Borges Gularte, o pai, mora em Brusque, no interior de Santa Catarina, de onde remetia dinheiro para Rodrigo se manter em Florianópolis.


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