São Paulo, sexta-feira, 13 de agosto de 2004

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SEGURANÇA

Secretário volta a atacar o governo federal

Garotinho diz que, por ele, RJ não envia policiais para Força Nacional

DA SUCURSAL DO RIO

O secretário estadual de Segurança Pública do Rio, Anthony Garotinho, voltou a atacar ontem o governo federal ao afirmar que a criação da Força Nacional pelo Ministério da Justiça é uma "atitude demagógica".
O grupo, formado por policiais e bombeiros de todo o país, atuará no combate à criminalidade nos Estados em casos emergenciais.
Garotinho declarou que, se depender dele, o Rio não enviará tropas para se integrarem ao grupo, assim como já fez o governo de São Paulo.
"O governo federal tem atribuições de controlar as fronteiras. Deveria sim, criar uma guarda nacional de fronteiras, que é por onde entram as armas e as drogas que estão atazanando e perturbando a vida das grandes cidades", disse
A posição dele vai de encontro ao que ele defendeu meses atrás, quando pediu ao governo federal o envio de tropas do Exército ao Rio para ajudar no combate ao crime. A ajuda não ocorreu porque não houve acordo.
O secretário afirmou que só cederá homens para a Força Nacional se for para policiar as fronteiras. "O apoio nas fronteiras é decisivo. O que é mais fácil? Evitar que as armas e as drogas entrem e depois sair catando como uma agulha no palheiro? Agora, fornecer homens para fazer o serviço que a Polícia Militar faz, francamente", declarou. Garotinho afirmou que suas críticas são "técnicas" e não "políticas".
"A situação do crime é grave. O país necessita que se tenha cuidado com as fronteiras. E o governo federal simplesmente ignora esse assunto como se nós estivéssemos vivendo em um mundo de mil maravilhas", ironizou
Embora seja contra, o secretário declarou que a decisão final sobre a participação do Rio de Janeiro na Força Nacional será da governadora Rosinha Matheus (PMDB), sua mulher.
O grupo começou a ser treinado nesta semana. Inicialmente, 258 policiais selecionados estão recebendo instruções. A meta da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública) é treinar, até o final do ano, 1.400 policiais.
O Ministério da Justiça afirmou que a Polícia Federal já realiza o trabalho de segurança das fronteiras e que a Força Nacional só será utilizada se solicitada pelos Estados. (MARIO HUGO MONKEN)


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