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SEGURANÇA
Secretário volta a atacar o governo federal
Garotinho diz que, por ele, RJ não envia policiais para Força Nacional
DA SUCURSAL DO RIO
O secretário estadual de Segurança Pública do Rio, Anthony
Garotinho, voltou a atacar ontem
o governo federal ao afirmar que a
criação da Força Nacional pelo
Ministério da Justiça é uma "atitude demagógica".
O grupo, formado por policiais
e bombeiros de todo o país, atuará
no combate à criminalidade nos
Estados em casos emergenciais.
Garotinho declarou que, se depender dele, o Rio não enviará
tropas para se integrarem ao grupo, assim como já fez o governo
de São Paulo.
"O governo federal tem atribuições de controlar as fronteiras.
Deveria sim, criar uma guarda nacional de fronteiras, que é por onde entram as armas e as drogas
que estão atazanando e perturbando a vida das grandes cidades", disse
A posição dele vai de encontro
ao que ele defendeu meses atrás,
quando pediu ao governo federal
o envio de tropas do Exército ao
Rio para ajudar no combate ao
crime. A ajuda não ocorreu porque não houve acordo.
O secretário afirmou que só cederá homens para a Força Nacional se for para policiar as fronteiras. "O apoio nas fronteiras é decisivo. O que é mais fácil? Evitar que
as armas e as drogas entrem e depois sair catando como uma agulha no palheiro? Agora, fornecer
homens para fazer o serviço que a
Polícia Militar faz, francamente",
declarou. Garotinho afirmou que
suas críticas são "técnicas" e não
"políticas".
"A situação do crime é grave. O
país necessita que se tenha cuidado com as fronteiras. E o governo
federal simplesmente ignora esse
assunto como se nós estivéssemos
vivendo em um mundo de mil
maravilhas", ironizou
Embora seja contra, o secretário
declarou que a decisão final sobre
a participação do Rio de Janeiro
na Força Nacional será da governadora Rosinha Matheus
(PMDB), sua mulher.
O grupo começou a ser treinado
nesta semana. Inicialmente, 258
policiais selecionados estão recebendo instruções. A meta da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública) é treinar, até o
final do ano, 1.400 policiais.
O Ministério da Justiça afirmou
que a Polícia Federal já realiza o
trabalho de segurança das fronteiras e que a Força Nacional só será
utilizada se solicitada pelos Estados.
(MARIO HUGO MONKEN)
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