São Paulo, quinta, 13 de agosto de 1998

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"Ganhei minha filha de volta', diz vendedor

da Sucursal do Rio

O vendedor Nelson Carsoni, 54, disse que sua filha, Rosana Celia Carsoni, 23, que estava desaparecida havia cerca de dois meses, telefonou para a família e afirmou que está feliz. "Ela me ligou hoje (ontem) à tarde do Rio e disse que está feliz lá", disse o pai.
Carsoni, que acreditava que sua filha estivesse entre as vítimas ainda não identificadas do motoboy Francisco de Assis Pereira, disse que descobriu anteontem que ela não estava morta.

Telefonema anônimo
Segundo Carsoni, ele recebeu um telefonema anônimo, anteontem à noite, de um morador do Rio de Janeiro. A pessoa disse que frequentava uma padaria na rua Miguel Lemos, no bairro de Copacabana, e que teria visto Rosana trabalhando no local.
Segundo o pai de Rosana, o homem disse ter reconhecido a garota após a divulgação de sua foto na televisão. Ele teria voltado novamente à padaria para checar se Rosana continuava trabalhando. "Ele voltou a me telefonar para confirmar que minha filha estava no Rio", disse o pai de Rosana.
Carsoni deve se encontrar hoje com sua filha no Rio. Ele disse que combinou o encontro com Rosana ontem à tarde. "Ela me disse que está morando com uma colega da padaria e que está tudo bem. Ganhei minha filha de volta. Não tem maior alegria no mundo do que isso", disse o pai. O vendedor vai ao Rio acompanhado de um policial do DHPP.
Segundo Carsoni, ele não sabe por que sua filha não contou à família que estava no Rio. "Ela ficou chorando no telefone, dizendo que ninguém a entendia. Ela também disse que estava angustiada por não ter dito nada a ninguém, mas lá ela está feliz. Isso é o que importa", disse Carsoni.
Segundo o pai, ela queria ser nutricionista. "Estava até trabalhando como cozinheira", disse o pai. De acordo com Carsoni, sua filha também estava estudando quando desapareceu. Ela estava cursando um supletivo para completar o 1º grau.
Rosana estava desaparecida desde o dia 16 de junho. Ele acreditava que sua filha poderia ser uma das vítimas do motoboy principalmente por ser morador das vizinhanças do parque do Estado, onde ocorreram os crimes.

Folga

O gerente da padaria Gustari, Robson Carvas, onde Rosana está trabalhando há dois meses, disse que ontem era o seu dia de folga, mas que ela trabalha regularmente e não costuma faltar.
Carvas informou que Rosana disse a ele que tinha vindo de São Paulo para trabalhar e que estava com toda a documentação em dia.
O gerente confirmou que ela mora com uma amiga, que também trabalha na padaria, mas não quis dar o endereço do apartamento e nem disse o nome da amiga, que também estava de folga ontem.



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