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SAÚDE
Projeto foi aprovado na Câmara em votação simbólica e deve ser votado hoje, sem nenhuma alteração, no Senado
Falsificar remédios vira crime hediondo
da Sucursal de Brasília
A Câmara dos Deputados aprovou ontem, em votação simbólica,
projeto de lei que classifica a falsificação e adulteração de remédios
e alimentos como crimes hediondos, a exemplo do que acontece
com crimes de estupro, latrocínio,
sequestro e homicídio por grupos
de extermínio, entre outros.
O projeto deverá ser votado ainda hoje pelo Senado. Há acordo
com a Câmara e com o Palácio do
Planalto para que o texto do projeto não seja alterado e, dessa forma,
torne-se lei ainda nesta semana
com a sanção do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Qualificado como hediondo, o
crime de falsificação de medicamentos e alimentos passa a ter um
tratamento mais rigoroso, tornando-se inafiançável e acabando
com a figura, nesse caso, do réu
primário -que responde a processo em liberdade.
O acusado de crime hediondo
perde ainda o direito à liberdade
provisória (sursis), cumprimento
de pena em regime aberto e cela
especial.
As penas para os crimes de falsificação ou adulteração de medicamentos e alimentos permanecem
as mesmas.
No caso de alimentos, reclusão
de quatro a oito anos e multa. No
caso de medicamentos, dez a 15
anos de reclusão e multa.
"O Congresso está dando uma
resposta à sociedade para coibir a
ação profissional para o crime de
falsificação de medicamentos, que
se revelou extremamente sofisticada", disse o relator do projeto,
Aécio Neves (PSDB-MG).
A Câmara também adotou, no
substitutivo ao projeto do governo, a possibilidade de o Ministério
da Saúde intervir em instituições
que recebem recursos públicos e
que praticarem irregularidades
que coloquem em risco a vida dos
pacientes.
Aécio disse que a medida vai
permitir ao governo manter em
funcionamento instituições que
estavam mal administradas, corrigindo erros e evitando seu fechamento, o que seria prejudicial à
população.
Caruaru
Ele citou o exemplo de casa de
saúde em Caruaru (PE), onde dezenas de pacientes renais crônicos
morreram no ano passado por falta de higiene e defeito nos aparelhos de hemodiálise.
Naquele caso, disse o deputado,
o governo só tinha duas opções:
"Ou o governo fecha a instituição, com prejuízo à população, ou
abre inquérito administrativo, que
não tem efeito prático."
Aécio Neves negou que a medida
dê poderes excessivos ao ministro
José Serra (Saúde) para intervir
em instituições de saúde. "O poder é para o governo, mesmo porque não sei se o ministro fica na
Saúde ou vai para outro cargo no
próximo governo", disse.
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