|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DIREITOS HUMANOS
Governador contesta declaração de relator da ONU e diz que já criou 21 mil vagas no sistema carcerário
Não falta vontade política, afirma Covas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo,
Mário Covas, negou ontem falta
de vontade política para resolver
os problemas do sistema carcerário do Estado.
"Vontade política coisa nenhuma. (...) Desde a proclamação da
República até eu assumir o governo, fizeram 20 mil vagas (em São
Paulo). Eu já fiz 21 mil nos quatro
primeiros anos."
Covas afirmou que também não
está satisfeito com a situação da
Febem e que já demitiu 1.200 funcionários da Febem denunciados
por irregularidades.
O governador disse que recebeu
o relator da ONU no Palácio dos
Bandeirantes. "Eu disse: "O senhor vai encontrar muita coisa
que vai lhe desagradar e o senhor
vai encontrar muita coisa que vão
lhe dizer que não é verdade"."
Segundo Petrelluzzi, a solução
para as más condições das cadeias
dos distritos policiais passa pelo
aumento do número de vagas nos
presídios.
São cerca de 35 mil pessoas num
sistema cuja capacidade é 17 mil
vagas. Do total de presos nos distritos, 15 mil (37%) aguardam vagas em presídios.
Petrelluzzi afirmou que solicitou ao governo federal a liberação
de R$ 360 milhões para a construção de novos presídios nos próximos dois anos.
Edsom Ortega nega a informação de que os diretores da Febem
de Franco da Rocha seriam afastados. O secretário de Assistência
e Desenvolvimento Social disse
que não faria isso sem ouvir primeiro a versão dos funcionários.
A secretária nacional de Justiça,
Elizabeth Süssekind, afirmou ontem desconhecer as críticas feitas
pelo relator da ONU. Süssekind
disse já ter alertado Rodley para a
situação que iria verificar no país.
"É possível encontrar, facilmente, vítimas de maus-tratos em
qualquer estabelecimento penitenciário brasileiro. Mas isso não
é institucional."
A secretária disse que o governo
federal tem pouco a fazer para alterar a situação. "O que o governo
faz é repassar verbas para os governos estaduais."
Ela afirmou que representantes
do governo têm visitado os Estados para sugerir um padrão de
política penitenciária.
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Governo incentiva pena alternativa Índice
|