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Plano de explosão deu fama ao local
DA SUCURSAL DO RIO
O gasômetro começou a funcionar no Rio em 1911, mas em junho de 1968 ganhou notoriedade
nacional quando o então capitão
da Aeronáutica Sérgio Ribeiro
Miranda de Carvalho, o Sérgio
Macaco, denunciou a existência
de um plano para explodi-lo.
Carvalho, que na época comandava o Para-Sar, batalhão de elite
de pára-quedistas da Aeronáutica, acusou o brigadeiro João Paulo Burnier, então chefe de gabinete do ministro da Aeronáutica
Marcio de Souza e Mello (governo
Costa e Silva), de planejar ações
terroristas que seriam atribuídas a
militantes de esquerda.
Por causa das denúncias, Carvalho foi punido pelo AI-5 em 1969.
Em 1992, conseguiu uma sentença no STF determinando sua reintegração à Aeronáutica, mas morreu em 1994 sem ver a sentença
cumprida.
Burnier, que morreu em junho
deste ano aos 80 anos, sempre negou a existência do plano.
Medo
A cidade sempre conviveu com
o temor de um acidente no gasômetro. Em 1995, quando houve a
explosão de instalações navais da
ilha do Boqueirão, na baía de
Guanabara, surgiram projetos para a remoção das instalações, mas
eles não foram levados adiante.
"Teria mais medo de morar ao
lado de um posto de gasolina", diz
Joaquim Sequeira Ferreira, chefe
de produção do gasômetro, ao falar sobre os riscos de um acidente.
Ferreira esquiva-se de responder sobre o que poderia acontecer
em caso de um acidente. "Não dá
para saber. Acidente aqui, só se
jogarem um míssil", afirma.
O gasômetro vem sendo gradualmente desativado desde a
privatização da CEG, em 1997.
Uma das cláusulas do contrato de
concessão previa a substituição
do gás manufaturado por gás natural. "Quando toda a cidade tiver
gás natural, não haverá mais necessidade de armazenamento",
explica Ferreira, que há 27 anos
trabalha no gasômetro.
O embrião da CEG surgiu em
1854, quando o Barão de Mauá
criou a Companhia de Iluminação a Gás. Em 1911 foi inaugurada
a fábrica de São Cristóvão, que ficou conhecida como gasômetro.
Hoje distribui em torno de 700
mil metros cúbicos de gás por dia.
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