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VIOLÊNCIA
Armado, jovem de 16 anos se entregou à polícia e libertou vítimas depois de três horas e meia; ninguém ficou ferido
Menor toma quatro reféns durante assalto
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
Um menor de 16 anos, armado, manteve quatro pessoas reféns
por mais de três horas e meia, ontem, no Belenzinho (zona leste de
São Paulo), durante uma tentativa
frustrada de assalto.
J.C.P.F. se entregou por volta
das 13h. Ninguém ficou ferido.
O menor entrou na loja de telefonia Açores por volta das 9h30 e
rendeu a vendedora Leonídia do
Rosário Vieira Lopes, 20. A Açores pertence a Jarbas Marchesi,
que também é dono da imobiliária que aluga a casa onde mora a
mãe do menor, no mesmo bairro.
J.C.P.F., que está em regime de
semiliberdade na Febem (apenas
dorme na unidade do Belém), atirou quatro vezes contra um carro
da polícia que passava na rua, mas
não feriu ninguém.
Três pessoas que estavam na
corretora de seguros Egor (no andar de cima), o sócio Edmur Rodrigues, 44, a telefonista Andréa
Nunes de Santana, 26, e a secretária Débora Regina de Oliveira, 22,
foram então feitos reféns.
O local foi cercado pela polícia.
Várias empresas fecharam as portas. Às 9h40, J.C.P.F. libertou Leonídia. Em troca, pôde telefonar
para um advogado e para a namorada. "Eu falava alto, chorava e estava deixando ele nervoso. Por isso que ele me libertou primeiro",
disse a vendedora.
Às 10h50, foi a vez de Débora ser
solta. O menor, com a arma apontada para a cabeça de Andréa, pedia para não ser ferido e para ser
transferido da Febem do Belém,
onde cumpre a pena por furto e
estaria sofrendo perseguição.
O padre Júlio Lancelotti, da Pastoral do Menor, que acompanhou
a negociação e a rendição de
J.C.P.F., às 13h07, disse que o menor estava envolvido com drogas
e que já foi internado em uma clínica para dependentes químicos.
Ao ser solta, a telefonista Andréa, que foi usada como escudo
humano, disse que rezou muito e
pensou na mãe e no noivo, com
quem vai se casar em novembro.
"Ele [o menor" estava muito nervoso. Pensei que ia morrer nas vezes em que ele ouviu gente caminhando no telhado e engatilhou a
arma. Ele estava com medo de
que atirassem nele por trás."
Segundo Lancelotti, o garoto é
filho de um cabo da Polícia Militar
que trabalha no interior do Estado. Antes de ir para a Febem, morava com a mãe no Belém.
Durante as negociações, o menor dizia que só se entregaria depois das 14 horas. Segundo o delegado Aldo Galiano Júnior, J.C.P.F.
disse que foi orientado por seu
advogado, por telefone, a não se
entregar antes desse horário,
quando começaria o expediente
do juiz encarregado de seu caso.
O advogado, então, tentaria
conseguir que sua pena fosse
abrandada e que ele mudasse para outra unidade da Febem.
A mãe do menor foi à delegacia,
mas não quis dar declarações.
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