São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 2002

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VIOLÊNCIA

Auxiliar estava em cela da PF

Em nota, ONG pede "isenção" em inquérito

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Em nota oficial publicada em sua página na internet, o grupo de direitos humanos Tortura Nunca Mais exige "transparência e isenção" nas investigações sobre a morte do auxiliar de cozinha Antônio Gonçalves de Abreu, no último domingo.
Abreu morreu após ser mantido durante a madrugada na carceragem da Superintendência da PF (Polícia Federal) no Rio.
Assinada pela presidente do Tortura Nunca Mais, Elizabeth Silveira e Silva, a nota informa que em 1996, na mesma superintendência, morreu o ex-petroleiro Carlos Abel.
Seis anos depois, nenhum responsável foi punido, diz a nota, "apesar de os fatos terem sido amplamente divulgados por entidades de direitos humanos, constando, inclusive, como um dos casos exemplares de tortura citados no "Relatório sobre Tortura no Brasil", de 2001, elaborado pelo relator especial para tortura da ONU, sir Nigel Rodley".
O Tortura Nunca Mais anunciou que planeja encaminhar documentos sobre a morte do auxiliar de cozinha à ONU.
O Serviço de Comunicação Social da superintendência divulgou anteontem nota em que informa sobre a instauração de inquérito para apurar a morte de Abreu. Ontem, o órgão informou que não havia informações novas sobre o inquérito.
Abreu morreu vítima de traumatismo craniano no Hospital Souza Aguiar, para onde foi levado depois de ter passado a madrugada de domingo na carceragem da PF. Ele era apontado como um dos assassinos do agente da PF Gustavo Frederico Moreira, morto na véspera.
O agente foi assassinado ao lado de uma lanchonete na esquina da avenida Rio Branco com a rua Teófilo Otoni, no centro.
Ele estava de plantão na Delegacia de Dia da PF quando foi à lanchonete, onde teria sido abordado por três assaltantes (um deles seria o auxiliar de cozinha) e foi morto em tiroteio.


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