São Paulo, segunda-feira, 13 de setembro de 2004

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Condenados relatam injustiça e indignação

DA SUCURSAL DO RIO

Injustiça e indignação. Essas palavras resumem o que relatam o sargento fuzileiro naval Fábio Reis e o soldado da Marinha Carlos Eduardo Mombrine sobre a vida que levam hoje.
Ambos foram condenados pela Justiça Militar por terem desviado armas de quartéis.
Preso desde 2000, Reis até hoje alega inocência no caso e teme não conseguir emprego quando sair da cadeia. Segundo o advogado Alessandro Moura de Paula Freitas, o militar não tinha envolvimento com traficantes.
Freitas diz que, na época em que Reis foi preso, a Marinha não conseguiu comprovar que o armamento achado na casa dele tinha sido desviado de algum quartel.
Segundo o advogado, Reis afirma que as armas lhe pertenciam porque ele atuava como armeiro em um clube de tiro, além de ser atirador profissional.

Esperança
O advogado Godofredo Nunes Filho afirmou ter muitas esperanças de conseguir a absolvição do cliente Carlos Eduardo Mombrine. Ele disse que Mombrine só foi condenado porque estava de serviço no dia da invasão à Estação de Rádio Central da Marinha, em 2002, mas não ajudou os invasores a roubar o armamento.
"Nenhuma das testemunhas reconheceu meu cliente como um participante da invasão."
O sargento do Exército João Carlos Teixeira Coutinho enfrentou dificuldades para refazer a vida depois de ser condenado em 2000 e cumprir pena. Segundo seu advogado, José Carlos Sarkis, após ser solto, Coutinho fez várias entrevistas para emprego e enviou currículos a muitas empresas, mas não conseguiu trabalho.
Sarkis afirmou que, diante das dificuldades, Coutinho acabou aceitando um convite do cunhado para trabalhar em um trailer.
O advogado disse que o cliente admitiu ter furtado a arma para vendê-la a traficantes de drogas. Segundo ele, Coutinho fez isso para quitar dívidas. Segundo Sarkis, ao vender a arma para traficantes do morro da Fazendinha ligados ao CV (Comando Vermelho), a família de Coutinho teve de deixar a casa onde morava porque ficava numa área dominada pelo Terceiro Comando. (MHM)

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