|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Polícia ainda não sabe como é feito o desvio de armamento
DA SUCURSAL DO RIO
Bazucas, minas terrestres e granadas de uso exclusivo das Forças
Armadas têm sido apreendidas
freqüentemente em favelas do Rio
sem que a polícia e as corporações
militares saibam como os traficantes conseguem o armamento.
No mês passado, o Ministério
Público Militar afirmou que as 161
granadas apreendidas em abril na
favela da Coréia (Senador Camará, zona oeste) foram desviadas
do Parque Material Bélico da Aeronáutica, na Ilha do Governador.
Embora a Aeronáutica negue
que os artefatos pertencessem ao
seu arsenal, o promotor Aílton José da Silva diz que recontagem na
unidade constatou falta de duas
caixas de granadas, cujo lote é o
mesmo das achadas na Coréia.
Outro episódio sem solução é o
das oito minas terrestres encontradas no mesmo local. Responsável pela investigação, a Drae
(Delegacia de Repressão a Armas
e Explosivos da Polícia Civil) só
sabe que o armamento foi fabricado na Bélgica. O Exército nega
ser proprietário. O delegado Carlos Oliveira diz que os bazucas
(lança rojão) podem pertencer ao
Exército como também ter sido
adquiridas por contrabando.
Uma das suspeitas é que podem
ter sido fornecidos por recrutas
que, ao serem dispensados, acabam sendo usados pelo tráfico.
Outra suspeita recai sobre militares que contraem dívidas com traficantes e que pagariam com armas desviadas ou venderiam drogas nas unidades. (MHM)
Texto Anterior: Condenados relatam injustiça e indignação Próximo Texto: Mortes Índice
|