São Paulo, segunda-feira, 13 de setembro de 2004

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Polícia ainda não sabe como é feito o desvio de armamento

DA SUCURSAL DO RIO

Bazucas, minas terrestres e granadas de uso exclusivo das Forças Armadas têm sido apreendidas freqüentemente em favelas do Rio sem que a polícia e as corporações militares saibam como os traficantes conseguem o armamento.
No mês passado, o Ministério Público Militar afirmou que as 161 granadas apreendidas em abril na favela da Coréia (Senador Camará, zona oeste) foram desviadas do Parque Material Bélico da Aeronáutica, na Ilha do Governador.
Embora a Aeronáutica negue que os artefatos pertencessem ao seu arsenal, o promotor Aílton José da Silva diz que recontagem na unidade constatou falta de duas caixas de granadas, cujo lote é o mesmo das achadas na Coréia.
Outro episódio sem solução é o das oito minas terrestres encontradas no mesmo local. Responsável pela investigação, a Drae (Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos da Polícia Civil) só sabe que o armamento foi fabricado na Bélgica. O Exército nega ser proprietário. O delegado Carlos Oliveira diz que os bazucas (lança rojão) podem pertencer ao Exército como também ter sido adquiridas por contrabando.
Uma das suspeitas é que podem ter sido fornecidos por recrutas que, ao serem dispensados, acabam sendo usados pelo tráfico. Outra suspeita recai sobre militares que contraem dívidas com traficantes e que pagariam com armas desviadas ou venderiam drogas nas unidades. (MHM)

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