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GREVE NA USP
Eles querem que os deputados derrubem o veto de Alckmin ao mecanismo que poderia aumentar as verbas para a educação
Servidores vão acampar na Assembléia de SP
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
Funcionários da USP afirmam
que irão acampar na Assembléia
Legislativa de São Paulo, a partir
de amanhã, caso não seja votado
o veto do governador Geraldo
Alckmin (PSDB) ao mecanismo
que poderia gerar mais verbas para a educação.
"Se não votar, vamos ficar lá. Só
a tropa de choque [da Polícia Militar] para nos tirar", disse o diretor do sindicato dos funcionários,
Magno de Carvalho. A decisão foi
aprovada ontem, em assembléia
da categoria.
A presidência da Assembléia
Legislativa informou que não pretende usar a força policial para tirar os manifestantes da Casa.
Os manifestantes tentam pressionar os deputados, que podem
reverter a decisão do tucano.
Para isso, é necessário que ocorra a adesão da base governista,
pois a oposição não tem os 48 votos necessários para que o assunto
seja apreciado. No começo deste
mês, quando houve a primeira
tentativa de votação, apenas 26
parlamentares se manifestaram a
favor da derrubada do veto. Todos eram da oposição.
Na tentativa de se chegar a um
acordo para a votação (que ainda
não tem data para ocorrer), está
prevista para hoje uma reunião
dos líderes dos partidos com os
reitores da USP, da Unicamp e da
Unesp, além do comando do Fórum das Seis (entidade que representa professores e funcionários
das três universidades). O Cruesp
(Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas)
afirma vai à reunião para negociar. Já o Fórum das Seis descarta
qualquer proposta que não seja a
derrubada do veto de Alckmin.
Orçamento
O aumento dos recursos para a
educação está previsto na LDO
(Lei de Diretrizes Orçamentárias)
para o ano que vem. No texto,
aprovado pelos deputados e vetado por Alckmin, o ensino passaria
a receber 31% do Orçamento.
Atualmente, a vinculação de verbas para a área está em 30%.
O aumento de um ponto percentual geraria cerca de R$ 470
milhões a mais para a educação,
que seriam divididos em partes
semelhantes entre o ensino básico, o ensino tecnológico e as três
universidades estaduais públicas.
USP, Unesp e Unicamp passariam a receber 10% do ICMS
(principal imposto paulista), ante
os 9,57% atuais. Em julho, o
Cruesp enviou um ofício ao governo estadual pedindo o equivalente a 9,93% do imposto.
Alckmin e sua base na Assembléia alegam que a vinculação de
recursos para o ensino já é muito
alta e que um aumento poderia
prejudicar outras áreas.
Paralisação
Como forma de pressão contra
os deputados, parte dos funcionários, professores e estudantes da
USP estão em greve há 19 dias.
A maior adesão ao movimento
no campus central está na ECA
(Escola de Comunicações e Artes), na FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) e no Instituto de Biociências.
Nestas unidades, praticamente
não há aulas. Os funcionários liberaram na semana passada a entrada na ECA e na Educação Física, que ficaram trancadas por
quase uma semana.
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