São Paulo, terça-feira, 13 de setembro de 2005

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GREVE NA USP

Eles querem que os deputados derrubem o veto de Alckmin ao mecanismo que poderia aumentar as verbas para a educação

Servidores vão acampar na Assembléia de SP

FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL

Funcionários da USP afirmam que irão acampar na Assembléia Legislativa de São Paulo, a partir de amanhã, caso não seja votado o veto do governador Geraldo Alckmin (PSDB) ao mecanismo que poderia gerar mais verbas para a educação.
"Se não votar, vamos ficar lá. Só a tropa de choque [da Polícia Militar] para nos tirar", disse o diretor do sindicato dos funcionários, Magno de Carvalho. A decisão foi aprovada ontem, em assembléia da categoria.
A presidência da Assembléia Legislativa informou que não pretende usar a força policial para tirar os manifestantes da Casa.
Os manifestantes tentam pressionar os deputados, que podem reverter a decisão do tucano.
Para isso, é necessário que ocorra a adesão da base governista, pois a oposição não tem os 48 votos necessários para que o assunto seja apreciado. No começo deste mês, quando houve a primeira tentativa de votação, apenas 26 parlamentares se manifestaram a favor da derrubada do veto. Todos eram da oposição.
Na tentativa de se chegar a um acordo para a votação (que ainda não tem data para ocorrer), está prevista para hoje uma reunião dos líderes dos partidos com os reitores da USP, da Unicamp e da Unesp, além do comando do Fórum das Seis (entidade que representa professores e funcionários das três universidades). O Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) afirma vai à reunião para negociar. Já o Fórum das Seis descarta qualquer proposta que não seja a derrubada do veto de Alckmin.

Orçamento
O aumento dos recursos para a educação está previsto na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para o ano que vem. No texto, aprovado pelos deputados e vetado por Alckmin, o ensino passaria a receber 31% do Orçamento. Atualmente, a vinculação de verbas para a área está em 30%.
O aumento de um ponto percentual geraria cerca de R$ 470 milhões a mais para a educação, que seriam divididos em partes semelhantes entre o ensino básico, o ensino tecnológico e as três universidades estaduais públicas.
USP, Unesp e Unicamp passariam a receber 10% do ICMS (principal imposto paulista), ante os 9,57% atuais. Em julho, o Cruesp enviou um ofício ao governo estadual pedindo o equivalente a 9,93% do imposto.
Alckmin e sua base na Assembléia alegam que a vinculação de recursos para o ensino já é muito alta e que um aumento poderia prejudicar outras áreas.

Paralisação
Como forma de pressão contra os deputados, parte dos funcionários, professores e estudantes da USP estão em greve há 19 dias.
A maior adesão ao movimento no campus central está na ECA (Escola de Comunicações e Artes), na FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) e no Instituto de Biociências. Nestas unidades, praticamente não há aulas. Os funcionários liberaram na semana passada a entrada na ECA e na Educação Física, que ficaram trancadas por quase uma semana.


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