|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Namorada diz à polícia que coronel brigou com assessor
Em depoimento, Carla Cepollina entregou lista com supostos inimigos de Ubiratan
Advogada negou ter cometido o crime e disse,
em entrevista, que "as pessoas deveriam ser mais cuidadosas" ao falar dela
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Em seu depoimento ontem
aos investigadores do DHPP
(Departamento de Homicídios
e Proteção à Pessoa), a namorada do coronel Ubiratan Guimarães, a advogada Carla Cepollina revelou que, no dia 1º de setembro, dentro da padaria Real,
em Perdizes (zona oeste), o namorado teve uma séria discussão com seu principal assessor
político, o também coronel da
reserva da PM Gérson Vitória.
A briga entre Ubiratan e o assessor, segundo a advogada criminalista Liliana Prinzivalli,
mãe de Carla, ocorreu quando
Ubiratan já havia bebido algumas doses de uísque com o próprio coronel Vitória e também
com a namorada. O deputado
chegou a demitir o assessor e
também a dizer que "ele não
servia" para auxiliá-lo na campanha política para a reeleição.
Depois, acabou voltando atrás.
Nos momentos de maior
exaltação da briga, Ubiratan,
segundo o relato de Carla à polícia, deu vários tapas na mesa,
e isso chamou a atenção das
pessoas que estavam no local.
Responsável pela contabilidade da campanha e do gabinete do deputado, o coronel Vitória não quis comentar a briga.
Disse que conhecia Ubiratan há
mais de 40 anos e que sempre
trabalharam juntos. "Cada um
que tire suas conclusões."
Depondo na condição de testemunha do assassinato, Carla
ainda entregou ontem à Polícia
Civil uma lista com cerca de dez
nomes de pessoas que, acredita, poderiam ter algum tipo de
desavença com Ubiratan.
Segundo Liliana, que afirmou ter apenas "admiração
profissional" pelo coronel, ele
costumava beber muito e emprestar dinheiro para muitas
pessoas. Uma delas seria uma
ex-assessora do deputado, demitida por ele recentemente e
que ainda devia uma certa
quantia em dinheiro a ele.
Tanto para Carla quanto para
sua mãe, o assassino de Ubiratan poderia estar escondido no
apartamento ou em alguma
parte do prédio. Liliana acompanhou o depoimento da filha
até as 16h30, mas passou mal e
deixou o local.
Ontem pela manhã, em entrevista à Rádio Record, Carla
disse que "as pessoas deveriam
ser mais cuidadosas" ao falar
dela. Ela voltou a negar envolvimento no crime e disse que certamente não foi a última a ver o
coronel com vida, pois essa pessoa "foi o assassino". "Eu me
apresentei espontaneamente
para um depoimento de três
horas e entreguei roupas e o celular para a Justiça", disse.
A advogada também negou
que seu relacionamento com o
coronel tivesse terminado. "Tenho notas de compras de sapato, de supermercado de dois,
três dias antes [do crime]".
Carla disse que ele vinha sofrendo ameaças com mais freqüência, pois chegou a pedir ao
filho que mora no interior para
não vir dormir mais em sua casa. Ela diz confiar no trabalho
da polícia, mas considera "que
ainda há muito a investigar".
Ao ser questionada sobre o
fato de não ter ido ao enterro,
ela hesitou e respondeu que,
devido às suposições que estão
sendo publicadas a seu respeito, "o clima não era bom".
Colaborou o "AGORA'
Texto Anterior: A cidade é sua Próximo Texto: Arma usada em crime pode ser do coronel Índice
|