São Paulo, Segunda-feira, 13 de Setembro de 1999
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Vilã é ocupação irregular, diz secretaria da Segurança de SP

ANDRÉ LOZANO
da Reportagem Local

A Secretaria da Segurança Pública atribui à ocupação irregular e à degradação o aumento da violência na periferia da cidade de São Paulo e altera a estratégia de combate aos crimes nos bairros afastados da cidade.
As grandes operações policiais nos finais de semana foram substituídas por intervenções de menor porte em locais específicos, com objetivo de prender criminosos importantes da região.

Degradação
Para o secretário-adjunto da Segurança Pública, Mário Papaterra Limongi, a periferia de São Paulo continua sendo violenta porque se mantém "degradada, com ocupação irregular".
Agora a secretaria aposta em um novo tipo de policiamento para tentar frear o avanço da violência na periferia.
"As operações integradas (Polícia Civil em conjunto com a Polícia Militar) saturaram um pouco. Operação especial não pode ser corriqueira. Não há como manter a tropa sempre com o mesmo ritmo", disse Limongi.
Segundo ele, a secretaria avaliou que a diminuição da violência não está associada somente a megaoperações de prevenção, mas à prisão de criminosos.
"É possível diminuir o índice de homicídios por meio da prisão de uma quadrilha, por exemplo."
"Hoje há dispersão dos homicídios durante a semana. Isso significa que a presença ostensiva da polícia para esse tipo de crime nem sempre é significativa. Sobretudo, para o homicídio planejado, como é o caso de chacina. Temos que melhorar a eficiência na apuração. Isso vai refletir na prevenção", disse Limongi.

Mandados
Ele afirmou que a secretaria passará a investir em operações localizadas e com aval de juízes, por meio da concessão de mandados judiciais.
"Essas operações têm estratégias e objetivos mais definidos", disse Limongi.
O secretário-adjunto afirmou apostar na intensificação do combate ao crack, como forma de diminuir o número de homicídios.
Sobre as chacinas, Limongi informou que o DHPP está desenvolvendo um arquivo sobre o modo de agir dos grupos suspeitos. "Existe ligação entre a forma de agir, armas e horários usados. Há policiais destacados somente para fazer esse tipo de inteligência."




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