São Paulo, domingo, 13 de outubro de 2002

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Presença masculina até surpreende

DA SUCURSAL DO RIO

A presença de professores homens nas séries iniciais é tão rara que alguns pais chegam a estranhar. Na escola particular Edem (Escola Dinâmica do Ensino Moderno), em Botafogo (zona sul do Rio), o professor de música Gustavo Destord, 41, já perdeu a conta das vezes em que os pais não acreditavam que ele era professor.
Destord e um colega são os únicos professores homens de um total de 12 que dão aula para o primeiro ciclo (da 1ª à 4ª série) do ensino fundamental. Antes, ele trabalhou em creches, onde a presença masculina é ainda menor.
"Os pais não entendiam quando eu me apresentava como professor", afirma Destord.
A professora Kátia Sanches Mamede, 38, que também trabalha na Edem, conta histórias semelhantes. "Eu dividia as turmas da 4ª série com um professor homem. Na hora de viajar em excursão com as crianças, os pais, mesmo os mais escolarizados, só se dirigiam a mim na hora de explicar que cuidados cada criança deveria ter", lembra Kátia.
Iracema Prestes Brandão, 58, da equipe de coordenação da escola, diz sentir falta de estudos que analisem o impacto no aprendizado das crianças da ausência de figuras masculinas na escola.
"Gostaríamos de ter mais professores. Para compensar essa ausência, procuramos sempre conversar com o pai e a mãe do aluno, quando precisamos discutir com os responsáveis sobre um aluno. Sempre incentivamos também a presença do pai na reunião de pais", afirma Iracema.


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