São Paulo, terça, 13 de outubro de 1998

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ADMINISTRAÇÃO
Apesar da previsão de retração econômica, prefeitos estimam obter mais recursos com combate à sonegação
Capitais prevêem arrecadar mais em 99

CARLOS MAGNO DE NARDI
da Reportagem Local

As maiores capitais brasileiras esperam arrecadar mais em 99 do que em 98, apesar do quadro recessivo previsto para o ano que vem -devido à crise econômica mundial e ao ajuste fiscal em elaboração no governo federal.
Superestimando a previsão de suas receitas nos orçamentos de 99, os prefeitos -que na sua maioria enfrentam dificuldades de caixa até para pagar o funcionalismo- criam o cenário ideal para contrair novos empréstimos e aumentar o percentual permitido para remanejamento de verbas entre as secretarias municipais.
Ao prever crescimento de arrecadação, os prefeitos desprezam a possibilidade de aumento da inadimplência e de uma possível retração econômica -com reflexo direto nos principais tributos dos municípios, como o ISS (Imposto sobre Serviços).
São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Curitiba estimam obter, em média, um aumento de 6% na arrecadação de impostos municipais sem elevar as alíquotas de seus tributos.
Pelo planejamento desses prefeitos, os contribuintes vão pagar quantia semelhante à de 98 em impostos e taxas, mas as prefeituras arrecadarão mais graças ao combate à sonegação e a programas de informatização e de aumento da fiscalização.
Na opinião do professor de Economia da USP (Universidade de São Paulo), Eduardo Giannetti, é muito remota a possibilidade de aumento da arrecadação de impostos somente com programas de combate à sonegação.
"Experiências passadas mostram que o combate à sonegação nunca deu grandes resultados", diz. "Eu não ficaria muito confiante num aumento da arrecadação em 99."
As previsões de aumento de receita constam nos orçamentos elaborados pelos prefeitos e encaminhados para as Câmaras Municipais até o último dia 30.

Colaborou a Agência Folha




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