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ADMINISTRAÇÃO
Apesar da previsão de retração econômica, prefeitos estimam obter mais recursos com combate à sonegação
Capitais prevêem arrecadar mais em 99
CARLOS MAGNO DE NARDI
da Reportagem Local
As maiores capitais brasileiras
esperam arrecadar mais em 99 do
que em 98, apesar do quadro recessivo previsto para o ano que
vem -devido à crise econômica
mundial e ao ajuste fiscal em elaboração no governo federal.
Superestimando a previsão de
suas receitas nos orçamentos de
99, os prefeitos -que na sua
maioria enfrentam dificuldades de
caixa até para pagar o funcionalismo- criam o cenário ideal para
contrair novos empréstimos e aumentar o percentual permitido
para remanejamento de verbas entre as secretarias municipais.
Ao prever crescimento de arrecadação, os prefeitos desprezam a
possibilidade de aumento da inadimplência e de uma possível retração econômica -com reflexo
direto nos principais tributos dos
municípios, como o ISS (Imposto
sobre Serviços).
São Paulo, Rio de Janeiro, Belo
Horizonte, Salvador e Curitiba estimam obter, em média, um aumento de 6% na arrecadação de
impostos municipais sem elevar as
alíquotas de seus tributos.
Pelo planejamento desses prefeitos, os contribuintes vão pagar
quantia semelhante à de 98 em impostos e taxas, mas as prefeituras
arrecadarão mais graças ao combate à sonegação e a programas de
informatização e de aumento da
fiscalização.
Na opinião do professor de Economia da USP (Universidade de
São Paulo), Eduardo Giannetti, é
muito remota a possibilidade de
aumento da arrecadação de impostos somente com programas
de combate à sonegação.
"Experiências passadas mostram que o combate à sonegação
nunca deu grandes resultados",
diz. "Eu não ficaria muito confiante num aumento da arrecadação em 99."
As previsões de aumento de receita constam nos orçamentos elaborados pelos prefeitos e encaminhados para as Câmaras Municipais até o último dia 30.
Colaborou a Agência Folha
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