São Paulo, terça, 13 de outubro de 1998

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INFÂNCIA
Advogada recebe carta com acusação
C.B.S volta para casa com medo da Igreja

da Reportagem Local

A menina C.B.S, 10, que fez um aborto legal no sábado retrasado, foi liberada pelos médicos que a acompanhavam no Hospital do Jabaquara, em São Paulo, e voltou na tarde de ontem para a cidade de Israelândia, no interior de Goiás.
C. e seus pais embarcaram para Goiânia com medo da reação de grupos religiosos da região, que são contra o aborto.
A menina engravidou depois de ter tido relações sexuais com dois vizinhos desde os sete anos, em troca de bolachas e R$ 1,00. Pela lei, ter relação sexual com menor de 14 anos é estupro. O aborto é legal em caso de estupro ou quando a gravidez traz risco de vida à gestante.
A advogada da família, Sandra Barreto, diz que está assustada com a correspondência dos últimos dias. "Foram mais de 20 cartas me chamando de assassina."
A família de C. cogitou sair de Israelândia antes de vir a São Paulo, mas ainda não tomou uma decisão. A menina levou para casa uma TV colorida e R$ 500,00 que recebeu de uma empresária, além de outros brinquedos que ganhou.



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