São Paulo, Sábado, 13 de Novembro de 1999
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TRAGÉDIA
Entre as vítimas está o bebê Tiago Morais Lins, que chegou a ser socorrido com vida, mas não resistiu
Prédio desaba e mata 4 em Olinda (PE)

Sérgio Figueiredo/Lumiar
Trabalho de resgate nos escombros do edifício Érick, em Olinda


LÚCIA OLIVEIRA
free-lance para a Agência Folha, em Olinda (PE)

Quatro pessoas morreram e outras quatro ficaram feridas em decorrência do desabamento de um prédio de quatro andares na madrugada de ontem, em Olinda.
Dos 21 moradores do edifício Éricka, 18 estavam no local na hora do desabamento- 1h30. Desses, 10 escaparam ilesos.
Os bombeiros, que realizavam treinamento por perto, chegaram ao local em 5 min e o resgate das primeiras vítimas foi rápido, segundo o tenente Neyff Souza.
Entre as vítimas está o bebê Tiago Morais Lins, de um ano e seis meses, que foi resgatado ainda com vida pelos bombeiros, mas não resistiu aos ferimentos. Ele morreu ao dar entrada no Hospital da Restauração.
Os corpos da microempresária Maria de Fátima Pereira, 37, e de seus dois filhos (Taís, 10, e Tadeu, 6) foram encontrados abraçados, sob três metros de escombros, por volta das 9h30 da manhã.
Foram retirados feridos dos escombros os pais de Tiago, Frederico Barbosa Lins, 40, e Verônica Morais Lins, 40, além de Micheli Morais Lins, 16, e Noemi Morais, 19, os outros filhos do casal.
Às 10h os bombeiros suspenderam as operações de resgate, com base em informações de vizinhos e familiares de vítimas de que não haveriam mais pessoas no local e devido ao do risco de desabamento da parte restante do edifício.
O edifício Éricka, erguido há 12 anos, teve toda a sua parte traseira destruída, e a área frontal, com metade dos apartamentos, deverá ser demolida pela Prefeitura.
O prédio partiu ao meio: os apartamentos dos fundos se transformaram num monte de escombros e os frontais perderam grande parte de suas áreas.
A Construtora Ferro Ltda., responsável pelas obras de construção, com sede na avenida Caxangá, zona noroeste de Recife, esteve fechada durante todo o dia.
O prédio ocupa uma área de 444 m2, com oito apartamentos de dois quartos.
O síndico do edifício, Newton Uchoa Cavalcante, e sua esposa, proprietários do apartamento 101, e o morador do apartamento 301 estavam ausentes. "Fomos a uma festa e deixamos nosso filho com a empregada. Quando voltamos encontramos essa tragédia."
A prefeita de Olinda, Jacilda Urquiza, anunciou uma reunião dos responsáveis pelas áreas envolvidas no desabamento para discutir as providências a serem adotadas junto à Coordenadoria de Defesa Civil do município, Conselho Regional de Engenharia, Secretaria de Defesa Civil do Estado.
Os bombeiros descartaram a possibilidade de incêndio e explosão levantada por pessoas que viram focos de fogo e cheiro de gás logo após o desabamento.


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