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Em 88, protesto terminou em morte
DA REDAÇÃO
Também foi alegando revolta
contra a situação econômica do
país que o operador de tratores
Raimundo Nonato Alves da Conceição sequestrou um boeing 737-300 da Vasp, em 29 de setembro
de 1988. Durante o sequestro, ele
feriu dois tripulantes e matou o
co-piloto Salvador Evangelista,
com um tiro na cabeça.
Segundo a Polícia Federal, Nonato queria jogar um avião militar
contra o Palácio do Planalto. O sequestrador embarcou em Belo
Horizonte no vôo Porto Velho-Rio de Janeiro e, armado com um
revólver calibre 32, desviou a rota
para Brasília.
O caso teve um desfecho envolto em mistério, com a morte do
sequestrador cinco dias depois,
em um hospital de Goiânia, onde
a aeronave fez um pouso forçado.
Nonato foi ferido nas costas durante um tiroteio deflagrado pelos
policiais federais durante a troca
de aeronave em Goiânia. Nesse tiroteio, o comandante do avião
também saiu ferido.
À psicóloga com quem conversou durante os cinco dias em que
esteve internado no Hospital Santa Genoveva, ele disse que iria falar com o presidente sobre inflação. Apesar de considerado fora
de perigo, morreu no dia 4 de outubro, de parada cardíaca, com
suspeita de envenenamento. Laudos posteriores descartaram essa
possibilidade.
Antes de 1988, outro sequestrador mirou no Planalto, mas os
motivos eram religiosos: em setembro de 1981, o agricultor paulista Paulo Manoel de Lima tentou
sequestrar um avião da Varig para pedir ajuda ao presidente João
Batista Figueiredo para ir para Israel. Até então, os sequestros mais
comuns tinham motivação política, especialmente entre 1969 e
1970, no período militar.
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