São Paulo, quarta-feira, 13 de novembro de 2002

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Em 88, protesto terminou em morte

DA REDAÇÃO

Também foi alegando revolta contra a situação econômica do país que o operador de tratores Raimundo Nonato Alves da Conceição sequestrou um boeing 737-300 da Vasp, em 29 de setembro de 1988. Durante o sequestro, ele feriu dois tripulantes e matou o co-piloto Salvador Evangelista, com um tiro na cabeça.
Segundo a Polícia Federal, Nonato queria jogar um avião militar contra o Palácio do Planalto. O sequestrador embarcou em Belo Horizonte no vôo Porto Velho-Rio de Janeiro e, armado com um revólver calibre 32, desviou a rota para Brasília.
O caso teve um desfecho envolto em mistério, com a morte do sequestrador cinco dias depois, em um hospital de Goiânia, onde a aeronave fez um pouso forçado. Nonato foi ferido nas costas durante um tiroteio deflagrado pelos policiais federais durante a troca de aeronave em Goiânia. Nesse tiroteio, o comandante do avião também saiu ferido.
À psicóloga com quem conversou durante os cinco dias em que esteve internado no Hospital Santa Genoveva, ele disse que iria falar com o presidente sobre inflação. Apesar de considerado fora de perigo, morreu no dia 4 de outubro, de parada cardíaca, com suspeita de envenenamento. Laudos posteriores descartaram essa possibilidade.
Antes de 1988, outro sequestrador mirou no Planalto, mas os motivos eram religiosos: em setembro de 1981, o agricultor paulista Paulo Manoel de Lima tentou sequestrar um avião da Varig para pedir ajuda ao presidente João Batista Figueiredo para ir para Israel. Até então, os sequestros mais comuns tinham motivação política, especialmente entre 1969 e 1970, no período militar.


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