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Para técnicos de Furnas, raio não explica apagão geral
DA AGÊNCIA FOLHA, EM IVAIPORÃ (PR)
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ITABERÁ (SP)
Técnicos de Furnas no Paraná ouvidos ontem pela Folha
dizem que, mesmo que a origem do apagão tenha sido um
raio, ainda falta explicar por
que o problema tomou proporções nacionais e não ficou restrito a uma pequena região.
O Ministério de Minas e
Energia divulgou que um temporal no município de Itaberá
(SP) na noite de terça provocou
um curto-circuito nas três linhas de transmissão de Itaipu
entre as subestações de Ivaiporã (PR) e Itaberá, provocando o
apagão em 18 Estados.
"Agora falta entender as razões do desligamento de todo o
sistema, e isso só o ONS [Operador Nacional do Sistema Elétrico] poderá explicar", disse o
gerente da subestação de Ivaiporã, Luís Henrique Tersariol.
A hipótese de sobrecarga no
sistema para explicar o apagão
é refutada pelos técnicos, já
que o desligamento de linhas
chega a ser normal por problemas climáticos, sem que isso
signifique um colapso, como
ocorreu na última terça-feira.
Na supervisão das linhas de
transmissão de energia, o sistema de proteção é preparado
para, automaticamente, desligar linhas com problemas.
Segundo Tersariol, não houve estragos em equipamentos
na subestação de Itaberá ou em
Ivaiporã devido à instalação de
para-raios nos equipamentos.
Itaberá
O prefeito de Itaberá, Walter
Sérgio de Souza Almeida
(DEM), quer explicações de
Furnas sobre o que aconteceu
na noite de terça-feira na subestação da empresa, o que colocou o município no epicentro
do apagão.
"Não teve temporal muito
forte na cidade naquela noite.
Mesmo que tivesse ocorrido, a
subestação está lá desde 1985 e
nunca ocorreu isso antes, nem
com chuvas mais intensas",
disse. O prefeito disse ter ido
até a subestação anteontem
buscar explicações da empresa,
mas não foi recebido. Ele foi informado apenas de que as explicações seriam dadas pela direção de Furnas, no Rio.
"Tenho que ter um laudo de
Furnas dizendo o que ocorreu.
Itaberá ficou como vilão do
problema", disse. A cidade não
ficou sem energia na noite de
terça.
(JOSÉ MASCHIO e SÍLVIA FREIRE)
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